Um intenso tiroteio entre traficantes e forças militares está ocorrendo agora na favela da Grota, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. O Exército ocupou todos os acessos à favela com ajuda da Polícia Militar. O tiroteio ocorre não apenas no Complexo do Alemão, mas também na Vila Cruzeiro.
O comandante do Comando Militar do Leste, general Adriano Pereira Júnior, confirmou durante entrevista coletiva nesta sexta-feira, 26, que desde as 13h, homens do Exército ocupavam parte dos entornos do Complexo do Alemão e que o deslocamento de militares para cercar a comunidade continuaria.
"Neste momento já ocupamos um trecho e estamos ocupando o restante", disse, durante coletiva no Palácio Guanabara nesta sexta-feira, ao lado do ministro da Defesa, Nelson Jobim, do governador Sérgio Cabral e do secretário da Segurança do Rio, José Mariano Beltrame.
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Depois de pedido do governo do Estado ao Ministério da Defesa, a Presidência da República autorizou a participação de 800 homens da brigada de paraquedistas na operação. Segundo Jobim, o papel do Exército será o de prover segurança ao perímetro. Cerca de 60% dos militares que participarão na operação atuaram no Haiti. Além da tropa, 10 blindados da Marinha e três helicópteros da Aeronáutica darão apoio à operação.
"O deslocamento começou por volta das 13h, e um trecho já foi ocupado. A tropa vai controlar o acesso e saída do local", explicou o responsável pelo Comando Militar do Leste (CML), general Adriano Pereira Junior, ressaltando que o trabalho do Exército é diferente das forças de segurança do Estado. "Nossa missão é de fazer a segurança de perímetro".
No início desta tarde, o subsecretário de planejamento e integração operacional do Rio, Roberto Sá, afirmou que o foco da ação ainda é a Vila Cruzeiro, mas não está descartada uma entrada no Alemão, caso a inteligência das forças policiais detectarem informações que indiquem a necessidade de agir antes.
Ataques. De acordo com o general Pereira Júnior, o Exército não deixará de revidar, caso seja atacado pelos traficantes. "Se formos atascados, não temos como não responder. Estamos com armas, que serão usadas se necessário", afirmou. "São pessoas experientes, bem orientadas. Se tiver que haver confronto, infelizmente vamos ter que partir para isso", disse sobre os militares que participam da missão.
Beltrame ressaltou que um policial (militar, civil ou federal) estará em cada equipe de militares para, se necessário, fazer abordagens de carros e pessoas nos acessos ao Complexo do Alemão. "Decidimos manter um policial com os militares para não termos esse tipo de problema (questionamento à respeito da legalidade da atuação do Exército)", disse. Segundo ele, a princípio o Exército não entrará nas favelas.