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"Rei da Rocinha"

William e vereadora eram ameaçados por Nem

Agência Estado
05 dez 2011 às 20:56

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A vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB), do Rio de Janeiro, disse nesta segunda-feira (5) à Polícia Civil que nunca desconfiou de William de Oliveira, o William da Rocinha, preso na sexta-feira, 2, sob acusação de negociar armas com Antônio Bonfim Lopes, o Nem, líder do tráfico de drogas na comunidade da zona sul do Rio.

Oliveira era funcionário do gabinete da vereadora e foi exonerado na sexta-feira. Andrea prestou depoimento hoje à Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA). "William traiu minha confiança porque não contou nada sobre essa reunião com Nem (cujas imagens chegaram à polícia e motivaram a prisão de Oliveira). Por isso o demiti. Mas eu ainda acredito na versão dele (de que foi obrigado a receber e contar dinheiro, para forjar uma acusação contra ele), porque, pelo que soube ao longo dos quase quatro anos em que trabalhou comigo, William era vítima de Nem, era ameaçado por ele", diz a vereadora. "Eu mesma também cheguei a ser ameaçada, nunca diretamente, mas recebia recados. Só que sabia que contra mim não fariam nada, porque eu tenho mais condições de me proteger. Já o William não, era mais complicado (ele se defender)", disse.

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Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança afirmou ter sido comunicada sobre as ameaças a Oliveira e à vereadora. "Todas as denúncias foram checadas e encaminhas à subsecretaria de Inteligência", diz o texto. A pasta "sempre trabalhou para prender o traficante Nem da Rocinha, que seria o grande responsável por tais ameaças", conclui.

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"As imagens são graves, mas por si só não podem gerar nenhuma conclusão contra William. Perguntei (à polícia) por que ainda não fizeram leitura labial para saber o que as pessoas conversavam (durante a gravação). Disseram que teriam que pedir a outros órgãos, mas ainda não pediram. Nem é filmado durante 17 minutos de frente, e quem conheceu a Rocinha quando ele estava solto sabe que muito provavelmente ele sabia que estava sendo filmado, então pode ser (uma armação para acusar William)", afirma a vereadora, que não conversou com seu ex-funcionário após tomar conhecimento das imagens.


"Estou prestando assistência à família dele, que se sentiu traída como eu, mas não vou procurá-lo. Cabe aos advogados cuidar do caso. Não quero ver nenhum inocente condenado nem um culpado inocentado", afirmou.

Hoje, a Polícia Civil pediu à Justiça a prisão preventiva de Oliveira e de Alexandre Pereira da Silva, o Perninha, outro ex-líder comunitário da Rocinha que aparece nas imagens. Eles estão presos temporariamente desde sexta.


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