Os advogados que tentam impedir a venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel) pretendem entrar na Justiça esta semana com as principais ações para barrar o leilão marcado para 31 de outubro. O grupo esteve reunido nesta segunda-feira para traçar as estratégias que serão usadas. O conteúdo das ações e os questionamentos legais estão sendo mantidos em sigilo.
Os opositores à privatização reconhecem que o tempo é curto, mesmo assim estão esperançosos. "Estamos correndo contra o relógio, mas temos a convicção de que há muitos argumentos para impedir a venda", afirmou o advogado Guilherme Amintas, integrante da Coordenação Jurídica do Fórum Popular contra a Venda da Copel.
Por enquanto, as ações já ajuizadas contra a privatização não surtiram efeito, situação que deixa o governo tranquilo e a oposição nervosa. Há ações que questionam o preço mínimo, o edital de vendas e a forma como foram contratadas as empresas que fizeram a avaliação e definiram como a Copel seria vendida. As ações estão na Justiça Estadual.
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O novo argumento das entidades contrárias à venda é o atual cenário da economia mundial, que está afugentando as maiores companhias energéticas do mundo. Já desistiram a empresa francesa EDF, a espanhola Endesa, a norte-americana AES, o consórcio brasileiro VBC (Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa). Informações extra-oficiais de dentro do próprio governo dão conta de que a alemã RWE também estaria fora. Segundo os responsáveis pelo "data room", somente a EDF oficializou a desistência.
Estão no páreo a canadense Hydro Quebec, as norte-americanas NRG e Duke Energie, a italiana Enel Power, a estatal mineira Cemig e a belga Tractbel. A diretoria da Tractbel confirmou que mantém o interesse na Copel, ao contrário dos boatos da semana passada. A empresa é considerada uma das favoritas, pois ela é a controladora da Gerasul, empresa responsável pela geração de energia no Sul do País.