Na semana de definição da taxa de juros no Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o vice-presidente da República, José Alencar, voltou a tratar do tema. " Nós temos spread - diferença entre o que os bancos pagam na captação do dinheiro e o que repassa a quem pega empresta - no mercado que chega a 700% acima da taxa básica, isso é realmente alguma coisa que significa um equívoco aceitar. Isso o Brasil tem que mudar", disse.
Acrescentou que as taxas de juros básicas são altas no Brasil em relação aos outros países com os quais o Brasil pode ser comparado. "Não há razão para pagar taxas tão altas", afirmou. De acordo com ele, a taxa nominal de países equiparados com o Brasil é de 1% a 2% ao ano.
Ele cita que a taxa dos países europeus está em torno de 2% ao ano na China e nos Estados Unidos 1% ao ano. "O Brasil não pode ser considerado um país inferior que tenha que pagar tanto mais. Há países muito mais endividados que o Brasil que pagam menos", disse ao acrescentar que a dívida brasileira gira em torno de 56% do PIB, enquanto há países em que a dívida chega a 100%.
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O vice-presidente disse que tem o maior respeito pelos técnicos do Copom mas que o problema é mais profundo, trata-se da mudança de regime de juros, da cultura de juros altos que, segundo ele, vai depender até mesmo de um esforço nacional. "As pessoas não podem aceitar os juros que pagam. Então não se pode comprar a prazo com taxas de juros nessa proporção, não se pode buscar recursos em bancos com taxas de juros nessa altura, porque as atividades produtivas não têm como remunerar essas taxas", afirmou.