O custo da alimentação básica para quem mora em Curitiba fechou o ano de 2000 com aumento de 5%, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). A variação ficou abaixo da inflação medida por diferentes institutos. A inflação acumulada de janeiro a dezembro foi de 9,9% pelo IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, por exemplo. A diferença entre os dois índices mostra que os alimentos não foram os maiores responsáveis pelo custo de vida, disse o economista do Dieese, Nelson Karam.
"A alimentação não pode ser considerada o vilão da inflação", afirmou Karam. Os quatro produtos que mais encareceram no ano e puxaram o índice para cima foram batata com aumento de 74%, açúcar com 38,8%, banana com 31% e leite com 17%. Segundo o economista, os percentuais estão atrelados muito a condições climáticas e períodos de entressafra que influenciaram no encarecimento.
Durante todo o ano, o pior mês para o consumidor comprar alimentos foi em julho, quando a cesta básica ficou quase 8% mais cara. A maioria dos produtos sofreu impacto das geadas, em Curitiba. Em compensação, maio foi o melhor mês para economizar. Os produtos ficaram 7,2% mais baratos. Em novembro foi o mês da estabilidade. A cesta básica teve uma pequena variação de 0,04%, o que não pesou no orçamento mensal.
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Em dezembro, o preço dos produtos voltou a cair. A redução foi de 4,8%, índice que foi divulgado ontem pelo Dieese. Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, seis ficaram mais baratos. As maiores quedas foram verificadas no preço do tomate com 21,7% e na carne com 11%. As principais altas foram no preço da banana com 26% e no arroz com 7,4%. "Muitos produtos que aumentaram o preço em dezembro, vinham com dois meses de queda consecutiva", ressaltou Nelson Karam.
A pesquisa do Dieese referente à dezembro traz ainda uma novidade. Curitiba passou a ter a sexta posição entre as mais caras cestas básicas com um valor de R$ 109,09. A capital paranaense, normalmente, aparecia entre as três primeiras colocações, que, no mês passado, foram ocupadas por São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Outra vantagem para os curitibanos foi a variação da cesta básica. Ela teve a maior queda entre todas as capitais, seguida de Recife com queda de 4,3%.