A Bovespa despencou 3,62% nesta segunda-feira. Foi a terceira maior queda percentual do ano e a maior desde 10 de março (3,87%).
O mercado seguiu o tombo das Bolsas no exterior, prejudicadas pelo temor de um atraso na retomada do crescimento da economia, após uma nova onda de atentados (Arábia Saudita, Marrocos e Israel) e um alerta do FMI sobre o risco de deflação mundial.
Para o sócio da ARX Capital, Carlos Eduardo Ramos, além de sofrer com a piora do cenário externo, a Bovespa antecipa um cenário de frustração com a reunião do Copom, que anuncia na próxima quarta-feira sua decisão sobre os juros - hoje em 26,5% ao ano.
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"Não há clima para um corte de juros. Isso funciona como uma ducha de água fria no ânimo do mercado acionário", diz Ramos.
Para o gerente da mesa de operações de renda variável do BES (Banco Espírito Santo), Marco Melo, a expectativa de manutenção dos juros pelo Copom serve para desinflar a bolha do otimismo.
Na sua opinião, a volta do fantasma do terrorismo potencializa as incertezas dos investidores sobre a recuperação da economia global.
"Os indicadores vieram péssimos tanto nos EUA como na Europa, sinalizando deflação, o que se traduz por baixa atividade econômica. Os investidores agora revisam suas projeções para as empresas considerando um cenário de menor rentabilidade", afirma Melo.
Ontem, o FMI divulgou estudo onde afirma existir o risco de o mundo entrar em um processo de deflação. Para vários países importantes, como a Alemanha e Japão, o risco é "elevado".
Para o analista do BES, a queda do Ibovespa pode indicar uma tendência a curto prazo. Um sinal é que o volume financeiro ficou bastante expressivo. Os negócios movimentaram hoje mais de R$ 1,4 bilhão, incluindo cerca de R$ 650 milhões referentes ao exercício dos contratos de opções.
"Nossos próximos passos vão depender do mercado externo", diz o sócio da ARX.