A expressão risco-país tornou-se corriqueira no noticiário econômico nas últimas semanas, mas nas ruas são poucos os que conhecem seu significado exato. O aposentado Jorlandino Fagundes e o garçon Mauri José de Oliveira a associam ao aumento da violência no Brasil.
"Tenho ouvido falar desse risco-país e acho que quer dizer sobre o desemprego no Brasil, a situação do nosso País", diz Jorlandino. Amauri confessa que nunca ouviu falar sobre isso, mas acha que a expressão significa que o Brasil "está correndo risco de alguma coisa". "Acho que é por causa de sequestros, muitos roubos, muita violência", diz ele.
O risco-país brasileiro já é o segundo maior do mundo, ficando atrás apenas do argentino. Em resumo, isso significa que emprestar dinheiro ao Brasil só não é pior do que emprestar para a Argentina. O risco é um indicador medido por agências classificadoras que analisam a situação econômica e dizem se é bom negócio comprar títulos desse ou daquele país. Boa parte do dinheiro que forma o caixa do País vem da venda desses títulos no mercado internacional. A classificação é determinante para atrair ou afugentar investidores.
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O índice de risco-país medido pelo JP Morgan, por exemplo, é um indicador diário do humor do mercado internacional em relação aos papéis de um determinado país. Ele mede, por meio dos preços pagos pelos títulos emitidos pelo governo e empresas de um país, qual a diferença entre os juros pagos por estes papéis e os pagos pelos títulos do governo norte-americano.
Para o professor de economia da Universidade de Campins (Unicamp), Wilson Cano, a determinação do risco-país é arbitrária. "Soma-se a taxa de juros vigente nos Estados Unidos mais a inflação prevista no Brasil, examina-se a cotação dos títulos da dívida externa brasileira e sapecam por conta deles o percentual de juros: temos o risco-país brasileiro", diz o professor, em entrevista por telefone à Folha.
Na opinião dele, a classificação de risco não tem fundamento. "É safadeza. Com maior risco, o preço dos títulos do Brasil cai, os bancos estrangeiros compram nossos papéis, e na alta vendem. Quem ganha com isso?", questiona. (Com Agência Estado)
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