A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está preparando o empresariado brasileiro para que ele se envolva diretamente nas grandes negociações internacionais como o Acordo de Livre Comércio entre as Américas (Alca) e com a União Européia (UE), cujos reflexos serão intensos na economia nacional.
Nesta quinta-feira, o empresário catarinense e vice-presidente da CNI, Oswaldo Moreira Douat, coordenador da Coalização Empresarial Brasileira, esteve em Curitiba, falando dos efeitos das negociações comerciais internacionais para o Brasil.
De acordo com Douat, tanto o empresariado como o governo acordaram para a importância do envolvimento do empresariado nacional nas negociações bilaterais com outros blocos econômicos. Prova disso, foi o Mercosul, acordo comercial fechado há dez anos, cujos reflexos foram intensos no comércio dos quatro países envolvidos (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). Naquela época o acordo foi fechado entre governos e, posteriormente, o empresariado sentiu que deveria ter participado com mais intensidade.
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Com a Alca, Douat prevê grandes oportunidades para as empresas brasileiras porque ganham mercados gigantes como Estados Unidos, Canadá e México. "Existem oportunidades para micro e pequena empresas exportadoras explorarem nichos de mercado nesses países, desde que essas relações sejam devidamente regulamentadas", ressaltou. Para isso, a participação do empresariado será decisiva em obter acordos favoráveis ao Brasil.
Segundo Douat, a tarefa do empresariado nacional é buscar as informações estratégicas de cada setor e levar ao conhecimento do governo, para que tenha mais segurança nas negociações internacionais. "O Mercosul foi uma experiência e muito dos investimentos internacionais que temos hoje no País devemos a ele", salientou.
Para o empresário, não fosse a visão de empresas internacionais em estabelecer no Brasil suas bases para explorar o Mercosul, o País não teria recebido US$ 30 bilhões em investimentos nos últimos anos. "Apesar dos erros da negociação inicial, constatamos que o Mercosul é um bloco importante para a economia brasileira e que não podemos deixá-lo perecer com a crise argentina", avaliou.
O potencial comercial do Mercosul foi maior do que se supunha, admitiu o empresário. Daí o interesse em se posicionar melhor diante dos próximos acordos internacionais e conscientizar o empresariado que o Brasil precisa negociar em bloco, no caso o Mercosul.
Douat disse que a nomeação de "ministros-empresários", como o da Agricultura, Pratini de Moraes, e do Desenvolvimento, Alcides Tápias, reverteu a posição do governo a favor do empresariado nacional no conflito Embraer-Bombardier e da vaca louca.