Os portadores de Síndrome de Down apresentam todas as potencialidades necessárias para serem incluídos no mercado de trabalho. Para isso, basta que o empresariado nacional desenvolva nova mentalidade de conviver com o diferente e tenham consciência sobre sua responsabilidade social no país.
A inclusão do portador de Síndrome de Down no mercado de trabalho está sendo discutida em Curitiba, durante a realização do 3º Congresso Brasileiro de Síndrome de Dow, iniciado ontem no Parque Barigui. O encontro, que está reunindo cerca de 170 pessoas, entre profissionais de psicologia, pedagogia, portadores e voluntários, será encerrado no domingo. Em Curitiba, a rede de supermercados Festval e de lanchonetes MacDonalds já admitem portadores dessa deficiência em seus quadros de funcionários.
A deficiência, provocada por disfunção genética, atinge 5% a 6% da população brasileira e apenas 9% dessas pessoas estão desempenhando algum tipo de atividade profissional. Se forem estimuladas podem desempenhar funções intelectuais como qualquer pessoa, afirma a pedagoga do Rio Grande do Norte, Susana Costa Lima.
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A pedagoga justifica que não existe nenhuma barreira que impede o portador da Síndrome de Dow de trabalhar normalmente e ter sua independência. Além disso, são excelentes colaboradores que podem se tornar funcionários muito eficientes, afirma. Para isso, basta que não sejam tratados como pessoas diferentes.
Costa Lima aponta que a inclusão começa na família, passa pela escola e atinge o mercado de trabalho. Se essas pessoas forem tratadas como capazes e eficientes dentro de casa, pela família, e depois participarem de aulas normais com todas as crianças, elas vão se sentir integradas e poderão desenvolver suas potencialidades para o trabalho como qualquer pessoa.
A pedagoga é contra a formação de classes especiais para portadores de Síndrome de Down, que faz a distinção a partir do ambiente escolar. As crianças devem ser incluídas com as demais crianças e os professores é que devem ir atrás de mais conhecimento para se informarem como tratar essas crianças, defende. Para Costa Lima essas crianças não são doentes, têm potencialidades que podem ser desenvolvidas normalmente como qualquer criança e para isso não é preciso pessoal especializado, "só informado", enfatiza.
Quanto ao empresário, se ele procurar conhecer mais sobre as deficiências e adotar uma conduta de responsabilidade social na comunidade onde sua empresa atua, certamente poderá ter nos portadores da Sindrome de Dow, funcionários eficientes.