A Copel encaminhou ontem para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o projeto que será adotado no Estado para a distribuição gratuita de lâmpadas mais econômicas para a população de baixa renda. A proposta, que terá de ser aprovada pela Aneel, é de distribuir duas lâmpadas fluorescentes compactas para cada 264 mil domicílios em todo o Estado e mais para as instituições de caridade, creches, asilos, orfanatos e albergues.
As famílias que serão beneficiadas são as mesmas que fazem parte do programa de tarifa social da companhia de energia. São as pessoas que consomem menos de 160 quilowatts por mês. Elas tem de ter ainda uma renda familiar inferior a três salários mínimos e precisam morar em casas que tenham menos de 50 metros quadrados.
Outra exigência para se encaixar no programa é que o imóvel não fique ocioso durante o ano. Em torno de 132 mil famílias paranaenses se encaixam neste perfil. Outras 130 mil têm renda até três salários, mas gastam pouco mais de 160 quilowatts. Elas também serão contempladas.
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A maior dificuldade para a Copel será viabilizar a parte logística para que as famílias tenham acesso às lâmpadas fluorescentes. O superintendente de Vendas e Marketing da Copel Distribuição, Francisco Meyer, disse que a idéia inicial é cadastrar lojas em todo o estado. "As pessoas levariam suas contas de luz para que seja possível identificar se faz parte ou não da tarifa social", explicou. Ele reconhece que será uma operação trabalhosa e que exigirá fiscalização. Cada família poderá retirar apenas uma vez as lâmpadas.
Espera
Antes mesmo de ser lançado, o programa para troca de lâmpadas já começa a despertar atenção de famílias carentes. O cobrador de ônibus desempregado Lourival Conceição Rodrigues, 52 anos, é um exemplo. Ele soube que se substituísse as lâmpadas da casa onde mora poderia gastar menos. "Já estava pensando em trocar os focos de luz. Mas agora vou esperar para receber as que o governo vai dar", disse Rodrigues, ao aprovar a iniciativa.
Natural do Mato Grosso, o cobrador desempregado mora com parentes no bairro da Fazendinha. Ele disse estar assustado com a quantidade de dinheiro que a família desembolsa todos os meses para pagar a tarifa de luz. O valor varia entre R$ 40,00 e R$ 50,00. Rodrigues disse que a maior parte do gasto de energia vem da iluminação da casa, já que possui poucos eletrodomésticos. Se estiver cadastrado na categoria de família de baixa renda, ele terá direito a duas lâmpadas fluorescentes compactas.