DtCom - Direct to Company -, empresa de treinamento e educação corporativa à distância que esteve envolvida nas acusações de tráfico de influência do ex-secretário da presidência, Eduardo Jorge, começa nesta sexta-feira as suas transmissões.
A empresa, que pode ser a primeira neste segmentoi no Brasil, tem capital formado principalmente por acionistas paranaenses e terá seu teleporto localizado na cidade de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba.
O custo total de implantação da empresa é de R$ 40 milhões e deve gerar, até 2004, 160 empregos diretos. O governador Jaime Lerner (PFL) deve participar da cerimônia de início das transmissões, nesta sexta-feira.
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Até o início das transmissões foram investidos R$ 15 milhões. A empresa foi autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para captar mais R$ 10 milhões em debêntures no mercado financeiro. Segundo o presidente da diretoria executiva, Leonardo Petrelli, a previsão de faturamento em 2001 é de R$ 20 milhões, "podemos chegar a R$ 100 milhões por ano a partir de 2005," antecipa Petrelli.
A Dtcom firmou parcerias com universidades brasileiras e norte-americanas, além de institutos e fundações de pesquisas. Essas entidades produzirão programas com conteúdos destinados à formação e reciclagem de funcionários de grandes empresas. As corporações serão assinantes dos serviços DtCom e poderão receber em TV ou intranet cursos à distância, palestras, workshops e seminários em qualquer cidade do País. A inovação é que os sinais de video distribuídos pela DtCom podem ser destinados aos computadores das redes internas de empresas.
"As empresas recebem por antena parabólica os sinais via satélite e distribuem para salas de estudo ou centros de treinamento interno", explica Petrelli. A vantagem é que a reciclagem à distância termina com os custos de transporte e ausência dos funcionários de seus postos de trabalho. Do total de gastos com reciclagem e treinamento de funcionários, cerca de 40% está relacionado com viagens.
Leonardo Petrelli garantiu que o ex-secretário geral da presidência, Eduardo Jorge, não possui contratos com a DtCom. No período em que Eduardo Jorge foi acusado de intermediar negociações entre empresas privadas e Governo Federal a DtCom foi citada como uma das possíveis beneficiadas.
"Não temos nenhuma ligação, tudo o que se falou eram calúnias que já foram desmentidas", afirmou o presidente da diretoria executiva. "O senhor Eduardo Jorge foi convidado para ser acionista, não exerceu a função, devolveu as ações, que foram reincorporadas pela empresa", concluiu.