O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) acaba de lançar uma campanha para redução das taxas de juros praticadas pelo mercado e do spread bancário.
Marcos Diegues, advogado do instituto, disse que a idéia é exigir que o governo "exerça sua função para controlar o spread".
"Não se trata de regulamentar o lucro dos bancos. O governo tem diversos meios de influenciar a queda do spread, seja baixando a Selic [juro básico da economia] ou reduzindo o spread dos bancos federais", disse ele.
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Para participar da campanha, que terá funcionamento parecido ao de um abaixo-assinado, os interessados precisam acessar o site do Idec (www.idec.org.br), onde tem uma carta disponível que será enviada por e-mail ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ao presidente do Banco Central, Henrique Meireles, e a Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos).
O Idec avalia que a taxa de juro básica da economia (26,5% ao ano) "é exorbitante", porém "monstruosamente" inferior aos juros cobrados pelos bancos para utilização de cheque especial, que chega a "178% ao ano".
"Isso nos leva diretamente ao chamado spread bancário que é a diferença entre o custo de captação do dinheiro e o que o banco cobra quando empresta a seus clientes", avaliou Diegues.
Para o Idec, a inadimplência, considerada pelo setor bancário uma das principais causas de elevação das taxas de juros "é, na realidade, a sua conseqüência mais nefasta".
"Não há dúvidas de que a inadimplência só está nos níveis atuais porque taxas anuais de até 58% por uma simples operação de desconto de duplicata, 70% por um empréstimo a pessoas jurídicas e até 100% por um crédito pessoal inviabilizam o pagamento da operação, em grande parte dos casos", divulgou o instituto.