As importações de trigo para este ano deverão ser reduzidas em 1,3 milhão de toneladas. De acordo com projeção da Companhia de Abastecimento do Paraná (Conab), deveriam ser importadas 8,4 milhões de toneladas de trigo este ano, mas o mercado aponta que serão importadas apenas 7,1 milhões de toneladas.
O diretor-presidente do Moinho Pacífico, Laurence Phi, alega que o consumo de pães, massas e bolachas está caindo bastante e os moinhos estão revendo suas previsões de importação. De acordo com o empresário, o nível de renda da população, que já vinha em queda, agora está seriamente comprometido com o pagamento das tarifas públicas e com o custos dos transportes.
"Os reajustes sucessivos e superiores à inflação das contas de água, luz, gás e agora da gasolina estão pressionando a renda do consumidor, que compra cada vez menos os outros produtos", avalia. A renda baixa da população vem provocando uma queda brutal no consumo de farinha, acrescenta.
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Enquanto cai a demanda aqui no Brasil, a Argentina se prepara para despejar uma safra gigantesca de trigo, a partir de novembro. A previsão é que serão colhidas 20 milhões de toneladas de trigo, que serão destinadas para atender o mercado brasileiro e de outros países. No ano passado, a Argentina já produziu 17 milhões de toneladas de trigo.
Diante dessas projeções, o produtor brasileiro que vai colher o trigo a partir de agosto tem uma "janela" estreita para escoar seu produto a um preço razoável. De acordo com Phi, o produtor deve vender o trigo entre setembro e outubro, que é o período que não enfrenta a concorrência do produto argentino. A partir de novembro, estará disponível a safra argentina e a tendência é de queda de preços, lembra.