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Metalúrgicos abandonados não sabem o que fazer

Redação - Folha do Paraná
03 jan 2001 às 16:36

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Os 50 funcionários da Metalúrgica Unida Ltda, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, ainda não sabem o que fazer depois que foram abandonados pelo donos da empresa. Na terça-feira de manhã, quando retornaram das férias coletivas de uma semana, ao chegar ao trabalho encontraram aberto o barracão onde funcionava a indústria. Todas as máquinas e equipamentos com algum valor tinha sido retirados. Nenhum diretor da empresa foi encontrado. Os funcionários não receberam o 13º salário nem o pagamento do mês de dezembro.

Populares aproveitaram o abandono do imóvel para saquear mesas e balcões de trabalho que ainda estavam na fábrica. Os funcionários pensam em vender o que sobrou para arrecadar algum dinheiro.

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O diretor do sindicato dos metalúrgicos da grande Curitiba, José Roberto Athayde, disse que os empregados não têm muitas opções. "Como nenhum responsável foi encontrado, o Ministério do Trabalho vai dar baixa nas carteiras profissionais para que os funcionários possam sacar o Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS) e dar entrada ao seguro-desemprego", afirma. Segundo o diretor do sindicato, há um ano e meio a empresa não depositava o FGTS. "Descobrimos ainda que existiam uns dez funcionários sem registro."

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O ex-prefeito de Pinhais Siegfrid Boving, o Zico, é o fundador e possivelmente um dos donos da empresa. Moradores da vizinhança da metalúrgica disseram que na noite de 24 de dezembro, véspera de Natal, dois caminhões fizeram a retirada dos equipamentos. "Os vizinhos contaram que viram a mulher e o filho de Zico na noite da retirada", afirmou um dos metalúrgicos.

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Os funcionários da metalúrgica continuam em vigília em frente à entrada da fábrica para evitar novos saques. O sindicato dos metalúrgicos recebeu a denúncia de que as máquinas teriam sido guardadas em um barracão em São José dos Pinhais. "Vamos com os funcionários até esse endereço para saber se a denúncia é verdadeira", disse o diretor do sindicato. "O pior é que os donos dessas empresas arrumam outro barracão e conseguem continuar atuando no mercado, mesmo depois de um golpe contra os trabalhadores."


Zico Boving e Rosane Lopes não foram encontrados pela reportagem da Folha. Boving já não havia participado da cerimônia de transmissão de cargo ao novo prefeito de Pinhais, Luis Cassiano, na segunda-feira.


A metalúrgica Unida produzia lustres, arandelas, abajures, porta-retratos e adereços de metais há 24 anos. Ela já chegou a produzir 2 toneladas de produtos por semana.

Leia mais em reportagem de Emerson Cervi, na Folha do Paraná desta quinta-feira


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