A Federação dos Metalúrgicos do Paraná deve oficializar denúncia contra a direção da Chrysler no Ministério Público do Trabalho, em Curitiba. Segundo o presidente interino da Federação, Claudio Gramm, a empresa fez uma "sacanagem ao criar um sindicato fantasma o Sindimovec, que só colaborou para a retirada dos direitos dos funcionários da fábrica de Campo Largo".
Na segunda-feira, a direção mundial da Chrysler anunciou o fechamento da unidade produção da picape Dakota, em Campo Largo, além de outras cinco fábricas em outros países.
Segundo informações obtidas pela federação da própria direção da Chrysler no Brasil, a unidade de Campo Largo vai continuar operando até março para cumprir os pedidos de entrega. Os 250 funcionários seriam mantidos no emprego até junho. "Isso é o que a fábrica diz, mas não dá para acreditar em mais nada do que vem da Chrysler", afirma Gramm.
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De acordo com ele, mas de 30 itens do acordo coletivo de trabalho foram retirados pela Chrysler. Agora, a federação quer que o Ministério Público do Trabalho exija o cumprimento de todos os direitos trabalhistas.
"A Chrysler nunca agiu corretamente no Paraná, já no primeiro ano de funcionamento, ela reduziu a jornada de trabalho para 9 meses", conta o sindicalista. A legislação brasileira permite a redução da jornada anual de trabalho apenas para empresas que passam por dificuldades financeiras. "Como pode uma fábrica que estava se instalando aqui, com um monte de benefícios do governo, passar por dificuldades?", pergunta Gramm.
A federação também vai cobrar um posicionamento mais enérgico da Secretaria de Estado da Indústria e Comércio sobre esse assunto. "O governo diz que vai cobrar os débitos de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em cota única, mas não fala nada dos prejuízos sociais para os trabalhadores e a população em geral de Campo Largo."
Leia mais em reportagem de Emerson Cervi, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira