Dezesseis empresas assumiram nesta sexta-feira o compromisso de instalar unidades industriais em 15 municípios paranaenses. O anúncio coletivo foi promovido pelo governo do Estado, que montou uma verdadeira maratona para divulgar os investimentos por todo o Estado.
O governador Jaime Lerner e uma equipe de assessores e secretários estaduais percorreram a Região Metropolitana e depois viajaram para Assaí (Norte do Estado) para assinar os protocolos de intenção. O evento ficou conhecido como "Dia da Industrialização no Interior" e serviu também para tentar aproximar o governador dos prefeitos recém empossados.
As novas indústrias vão investir juntas cerca de R$ 150 milhões. Elas aceitaram se instalar no Paraná estimuladas pelo programa de incentivos fiscais, o Paraná Mais Emprego. Pelo programa, elas ficam livres de recolher o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por quatro anos. Depois começam a pagar retroativo ao período de carência.
Leia mais:
Fórum Desenvolve Londrina apresenta indicadores e pesquisa de percepção
Moradora de Londrina ganha R$ 100 mil no sorteio do Nota Paraná
Uber defende no STF que não há vínculo de emprego com motoristas
Da tradição do café ao cinema: os ciclos da economia de Londrina
Os benefícios fiscais estão mantidos pelo governo e prefeituras apesar da Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige maior controle de receitas e despesas. O governo alega que está abrindo mão por quatro anos de um imposto que não iria recolher se não tivesse a indústria.
As prefeituras entram com dilação do pagamento dos impostos municipais e em alguns casos com a doação do terreno. As empresas assumem o compromisso de se instalarem no município e produzir. Os prefeitos consideram vantajoso a atração de indústrias pelos empregos que geram. "Para o município cada nova empresa traz o desenvolvimento", afirmou ontem o prefeito de Fazenda Rio Grande, Antonio Wandscheer. A prefeitura assinou protocolo com a Arwin Kayaba do Brasil, empresa que produzirá amaortecedores e molas a gás.
Além da Arwin foram assinados compromissos para instalação das empresas Taurus Blindagens, Taurus Capacetes, Taurusplast (as três em Mandirituba produzirão capacetes, coletes blindados e contêineres plásticos), Itesa (fundição, em Palmeira), Warbel (correias, em Curitiba), York (metalúrgica, em Pinhais), FGVTN (metal mecânica, em Curitiba), Allbrans (alimentos, em Colombo), Brahma (bebidas, em Almirante Tamandaré) e IB-Mei (motores refrigeradores, em Quatro Barras), Ibema (cartões, em Turvo).
Outras empresas que assinaram o protocolo são a Fast Frio (refrigeradores, em Londrina), Inquima (química, em Cambé), JK Indústria Metalúrgica (metal mecânica, em Assaí) e Witur (metal mecânica, em Cambé).
Todas dependem ainda de conseguir licenças ambientais para iniciar a produção. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) informou ontem que a Taurus já tem a licença prévia para se instalar em Mandirituba. O caso, no entanto, não está resolvido para os ambientalistas. A Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar) quer impedir a implantação do Parque Industrial de Mandirituba.
A Amar acusa a prefeitura de ter destinado uma área de mananciais para industrialização. O Departamento de Licença Ambiental do IAP informou que as vistorias feitas na área não identificaram prejuízos ao ambiente. Segundo a prefeitura, o IAP autorizou o corte de 17 árvores para possibilitar a terraplanagem do parque industrial.