Está cada vez mais difícil garantir a salada e os refogados de legumes e verduras das refeições de todos os dias. Por causa do excesso de chuva alternado com dias de muito calor, causados pelo fenômeno El Niño, a produção de hortaliças sofreu quebra de 50% na região de Londrina.
A informação é da Associação Norte-Paranaense de Horticultores (Apronor), que reune 2,3 mil produtores que comercializam sua produção na Ceasa do município.
O resultado reflete no bolso do consumidor que, quando encontra os legumes e verduras de sua preferência, paga até 190% a mais. A abobrinha, por exemplo, subiu quase 200% desde o início do ano; alface, cheiro verde e chuchu valorizaram 100%; a beterraba custa 48% mais e a cenoura subiu 35%. ''Em média, a alta é de 50%'', comentou Antônio Roberto Zaparoli, gerente da Apronor.
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Ele informou que o volume comercializado na Ceasa tem sofrido redução de até 25% nos três dias da semana em que o mercado é forte. ''A circulação era de 800 toneladas por dia. Atualmente não passa de 600 toneladas'', disse.
Para conseguir manter a dieta, consumidores têm de se virar. O aposentado João de Souza aproveita o passe livre de ônibus (garantido às pessoas com mais de 65 anos) para pesquisar o preço das verduras e legumes em vários supermercados da cidade. ''Como não posso comer muita carne, estou comprando os produtos que encontro com preço mais baixo'', afirmou, acrescentando que está difícil encaixar o gasto no orçamento. ''É um absurdo o quilo da cenoura custar mais que o quilo do frango'', criticou.