Empresas dos países da América Latina estão adotando programas de produtividade e qualidade como passaporte para atingirem o mercado internacional. O México é um dos países mais adiantados em programas de produtividade, por ser pressionado constantemente pelo vizinho, Estados Unidos. Nos últimos 20 anos o país aumentou em dez vezes a produtividade da indústria automobilística, passando de uma produção de 200 mil carros por ano na década de 80, para dois 2 milhões de carros por ano, atualmente.
A experiência de 12 países foram debatidas no primeiro dia do 2º Simpósio Latino-Americano e Caribenho da Produtividade, promovido pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Paraná (IBQP).
As empresas do México e Brasil estão numa fase mais adiantada, em relação aos seus parceiros. Mas o assunto já despertou até o interesse de Cuba, que está se conscientizando da importância dos programas de qualidade para alcançar o mercado externo. A representante, América Quintela, disse que empresas dos setores de pesca, transportes, siderúrgico e mecânico são as mais avançadas na questão da certificação dos produtos.
Leia mais:
Uber defende no STF que não há vínculo de emprego com motoristas
Da tradição do café ao cinema: os ciclos da economia de Londrina
Concessão de rodovias no Paraná recebe quatro propostas; leilão nesta quinta
Confira o funcionamento do comércio de rua e shoppings durante o aniversário de Londrina
Já o relato do representante da Argentina revelou que as empresas perderam competividade não por causa da diferença cambial, como o governo alega. Mas sim, em função de problemas na base da economia argentina, explicou Mariano Macedo, gerente do Núcleo de Produtividade Sistêmica.
O grande dilema dos países latino-americanos, na avaliação de Macedo, é que eles avançaram em qualidade e produtividade, mas mostram-se incipientes em relação a processos inovadores, em função da racionalização e ajustes de custos. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fará a primeira pesquisa nacional para avaliar o resultado dos esforços das empresas brasileiras na área de inovação tecnológica.
Os saltos em produtividade no Brasil foram dados na década de 70, por iniciativa do governo e da conjuntura da época, e na década de 90, por iniciativa das empresas. As indústrias dos ramos siderúrgico e automotivo tiveram crescimento na produtividade de 10% ao ano e da indústria da transformação, 4% ao ano.