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Promotor defende fim da geração no Paraná

Carmem Murara - Folha do Paraná
10 mai 2001 às 11:24

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O governo do Estado deveria interromper a construção de usinas hidrelétricas para poder preservar o que ainda resta de suas bacias hidrográficas, pois já deu mais do que devia para o país no setor de geração de energia. Essa teoria vai ser defendida pelo promotor Saint`Clair Onorato Santos da Promotoria Estadual de Defesa ao Meio Ambiente, durante o primeiro "Seminário sobre Matriz Energética".

O evento será promovido pelo Conselho Regional de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos do Paraná (Crea-PR) e vai reunir autoridades em energia e meio ambiente nos próximos dias 14 e 15 (terça e quarta-feira). As palestras ocorrerão no Edifício Castelo Branco, no Centro Cívico de Curitiba.

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O promotor falará sobre o patrimônio ambiental do Paraná e os estragos ao meio ambiente provocados pela construção de barragens e usinas. "Chega de construir usina no Paraná, pois nós temos energia de sobra que acaba sendo exportada. Está na hora de pensar mais na conservação de nossos rios e na preservação das espécies animais", ressalta Saint`Clair.

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Em plena crise energética que abala o País e provoca racionamento nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, o promotor defende que o Paraná não contribua mais com geração energética. "Fizemos o máximo. Chega de exportar energia", declarou. Em sua avaliação, os estados deveriam resolver de maneira independente do restante do país suas necessidades energéticas.

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Na palestra aos engenheiros do Crea, o promotor dirá que não é contra a geração de energia, considerada fundamental para o desenvolvimento econômico. Mas ele defenderá investimentos em fontes alternativas que não causem tantos danos ambientais. "Sou contra a hidro e a termeletricidade. Por que não investimos mais em energia solar?", questionou, ao dizer que o País precisa diversificar sua matriz energética.


No caso das hidrelétricas, o prejuízo ambiental ocorre devido ao alagamento de grandes extensões de terra, muitas vezes com reservas florestais ou próprias para agricultura. "Sem contar a perda de espécies de animais. O Paraná teve uma grande perda de seu patrimônio genético", afirmou. Os lagos artificiais também afetam o meio ambiente, pois provocam alterações climáticas.

Saint`Clair Onorato Santos defende a realização de plebiscito para a construção de novas usinas no Estado. Ele tem restrições, inclusive, à instalação de Pequenas Usinas Hidrelétricas (PCHs). "Essas PCHs têm de ser feitas com autorização dos órgãos ambientais, mas não precisam fazer o estudo de impacto ambiental, o que é muito ruim", afirmou.


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