A pouca chuva registrada em Londrina na manhã desta sexta-feira (29) não foi suficiente para amenizar a seca que já dura 40 dias. Para a semana que se inicia neste domingo, a previsão é de temperaturas mais baixas, mas sem chuva. A estiagem preocupa pelos impactos na saúde pública e também na economia, principalmente na agricultura.
Segundo a agrometeorologista Heverly Morais, do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), o déficit hídrico no solo é de 80 mm de chuva. “Isso foi causado pelo bloqueio atmosférico formado pelas grandes massas de ar quente e seco na região central do país, que impedem que as massas de ar frio propiciem a chuva. Até houve uma frente fria, mas ela foi fraca e não choveu por aqui”, explica Morais.
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Ela ressalta que a umidade do ar está em um nível crítico, em torno de 30%, quando o ideal é em torno de 60% a 70%. A título de comparação, cidades no deserto africano do Saara comumente registram umidade entre 14% e 20%.
Os meteorologistas já projetam que o mês pode terminar como o julho mais quente já registrado na cidade. “Por conta desses bloqueios atmosféricos e sem chuvas, as temperaturas subiram muito e já podem ser classificadas entre as maiores da história para o período. A média da temperatura máxima registrada em Londrina está em 27,2 ºC, o julho mais quente da história até o momento. Antes disso, a média de temperatura máxima mais alta ocorreu em 1977, que teve 27ºC de média das temperaturas máximas, mas enquanto não terminar o mês ainda não dá para fechar que é o julho mais quente da história, porque há previsão de queda de temperatura neste fim de semana. Mesmo assim, se não for o mais quente, deve fechar como o segundo julho mais quente da história”, afirma. “O pessoal está indo para a praia. Está bem diferente.”
Ela ressalta que o tempo seco nesta época do ano é algo comum. “Ainda mais na época de La Niña, que provoca chuva abaixo da média e gera bloqueio atmosférico. Mas neste ano houve um adiantamento da seca. No ano passado choveu em julho e foi o segundo ano mais frio da história.”
Ela explica que o agosto mais quente foi o do ano passado e esse aumento da temperatura adiantou um pouco. “Não é todo ano que acontece isso. E 2022 foi extremamente frio em maio, chegou a atingir uma temperatura de 3ºC.”