Os consumidores que foram lesados pelo Consórcio Multplan vão ter que esperar até junho para que o Banco Central tome alguma decisão sobre o assunto. Em uma reunião realizada terça-feira à noite, a Associação das Vítimas do Consórcio Multplan, em conjunto com a Coordenadoria de Proteção ao Consumidor do Paraná (Procon), foi informada que o relatório que vai nortear a posição do BC só deve ficar pronto no final deste mês. O Procon estima que somente no Paraná, cerca de 5 mil consumidores possuíam consórcios de carros ou motos da Multplan.
Os consorciados reclamaram da atitude do órgão federal. "Estão levando a gente no banho-maria", criticou uma das consumidoras prejudicadas, Nilda Pinheiro. Ela disse que a data para a decisão já foi prorrogada duas vezes. Para o coordenador do Procon, Naim Akel Filho, o Banco Central está fazendo o que a legislação permite. Ele contesta as reclamações dos consumidores e diz que o Banco Central já tomou todas as providências necessárias para minimizar os prejuízos dos consorciados.
Até o final de maio o liquidante designado pelo Banco Central deve terminar um levantamento da situação financeira do consórcio. Depois disso será enviada correspondência aos consorciados informando quanto eles possuem de crédito e se eles concordam com esses valores ou não. Só então será enviado um relatório ao Banco Central, contendo todos os ativos e passivos da empresa.
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Se as contas a pagar forem muito superiores aos créditos que o Multplan vai receber, deverá ser decretada a sua falência. Nesse caso, os bens dos donos do consórcio, que estão indisponíveis, vão entrar na conta para que o pagamemto das dívidas seja feito. Porém há uma lista a ser respeitada. As dívidas trabalhistas têm prioridade entre todas as contas a serem pagas.
Se o Banco Central não decretar a falência do consórcio, o coordenador do Procon, Naim Akel Filho, disse que o órgão pode entrar na Justiça com uma Ação Civil Pública, requerendo o pagamento das dívidas aos consorciados lesados. Ele estima que no próximo mês o Banco Central terá uma decisão sobre o consórcio. "O momento é de expectativa, mas estamos certos de que tudo está sendo feito de forma correta", disse o coordenador do Procon.
Quando foi decretada a intervenção no consórcio Multplan, em 28 de março deste ano, o Banco Central nomeou como interventor o funcionário aposentado Valdor Faccio. Nesse caso, segundo o gerente técnico da área de Atendimento ao Público do Banco Central em Curitiba, Luiz Gastão de Lara, o banco deixa de responder pelo processo, que fica exclusivamente a cargo do interventor.
A reportagem da Folha entrou em contato ontem com Valdor Faccio, mas ele não quis dar entrevista. (Colaborou Rosane Henn)