Os agricultores familiares que estão em Curitiba desde terça-feira para reivindicar aos governos estadual e federal novas políticas para o campo fizeram nova manifestação em frente ao prédio do Ministério da Fazenda, na capital paranaense. A intenção do protesto, que também foi realizado em Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC), foi de pressionar o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Fazenda, Pedro Malan, a receberem integrantes da Frente Sul, entidade que representa várias entidades dos agricultores familiares do Sul do Brasil.
A Frente Sul quer a audiência com o presidente e com o ministro para tentar convencê-los a aprovarem alguns pontos que já foram acordados entre representantes dos agricultores familiares e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. "Esses pontos, que tratam de vários assuntos do nosso interesse, já estão prontos, mas precisam do aval do FHC e do Pedro Malan", disse um dos coordenadores da Frente Sul, Marcos Rochinski.
Durante o ato em Curitiba, os produtores distribuíram fubá e leite para as pessoas que passaram pelo prédio da Fazenda. "O milho e o leite caracterizam bem a agricultura familiar, que não está sendo devidamente reconhecida", explicou Rochinski. Na opinião dele, os governos deveriam colaborar no desenvolvimento da produção dos pequenos agricultores. "O consumidor paga até mais do que R$ 1,00 pelo litro do leite, enquanto o produtor recebe às vezes menos de R$ 0,20", exemplificou.
Leia mais:
IDR Paraná e parceiros realizam Show Rural Agroecológico de Inverno
Quebra de safra obriga Santo Antônio da Platina a cancelar Festa do Milho
Paraná: queda no preço de painel solar estimula energia renovável no campo
AgroBIT Brasil 2022 traz amanhã soluções tecnológicas para o agronegócio
Hoje a Frente Sul tem audiências marcadas com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e com o Banco do Brasil. De acordo com Rochinski, os agricultores precisam definir com o INSS questões relativas a aposentadoria das pessoas que trabalham no campo.
No Incra, a discussão vai girar em torno de desentendimentos que ocorrem entre índios e produtores familiares na área central do Estado, além de irregularidades de posseiros. "O Incra tem que definir com urgência áreas para as reservas indígenas, mas sem ferir o agricultor familiar, que também depende da terra", opinou Rochinski. No Banco do Brasil o assunto a ser tratado é o fluxo para a liberação de recursos para os produtores familiares.