A área ocupada pela cultura do milho safrinha que começa a ser plantada esse mês no Paraná deve cair 13,5%, devendo passar de 1,13 milhão de hectares plantados no ano passado para 980 mil hectares esse ano. Essa foi a primeira estimativa de plantio do milho safrinha, do período 2000/2001, divulgada pelo Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Deral), que também fez um balanço da safra 2000/2001 que começa a ser colhida.
Como se trata de uma previsão preliminar, a intenção de plantio do milho safrinha pode ser reduzida ainda mais, dependendo do comportamento dos preços do milho daqui para frente e do pacote que o governo deverá anunciar para as culturas de inverno, principalmente o trigo.
Apesar da redução de área, a produção poderá atingir três milhões de toneladas, um volume 17% superior ao colhido no ano passado, quando a safrinha rendeu 1.300 toneladas. Esse aumento foi atribuido à uma recuperação da produtividade da lavoura, que no ano passado foi castigada pelas geadas, explicou a engenheira agrônoma do Deral, Vera Zardo.
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O plantio de milho safrinha vem sendo desestimulado por vários fatores. Entre eles, a falta de pagamento do seguro da Cosesp referente às geadas ocorridas no ano passado. Sem a indenização, o produtor não conseguiu quitar o financiamento no banco, que está bastante exigente na liberação de novos créditos.
O produtor também está assustado com a elevação nos custos de produção do milho safrinha. Só a semente de alta tecnologia subiu cerca de 20%. Para agravar, produtores que plantaram o milho safrinha no ano passado, atraídos pelo preço estimulante, foram pegos no contrapé pelas geadas severas. Com isso, esses produtores não pensam em voltar a plantar milho safrinha esse ano, acredita a técnica.
Já a safra 2000/2001 aponta para uma produção de 19,33 milhões de toneladas entre grãos de verão, milho safrinha, feijão das secas e algodão. Esse volume é 26% maior do que a produção obtida na safra passada, quando foram colhidos 15,35 milhões de toneladas. O aumento de quase 4 milhões de toneladas é justificado pela recuperação das lavouras que esse ano não foram afetadas pelo clima, como ocorreu no ano passado, explicou a técnica.
Só a produção de milho do período normal deve render 7,8 milhões de toneladas, qwue representa um crescimento de 32% na produção. No ano passado, os preços do milho estavam animadores e o aumento da área plantada foi 18%. A produção de soja é 7,3% maior do que a safra anterior. Esse ano serão colhidas 7,68 milhões de toneladas, contra 7,23 milhões de toneladas colhidas no ano passado.
A produção de algodão também deverá ficar 19% acima da safra passada. Conforme estimativa do Deral, as lavouras esse ano estão com bom desenvolvimento e deverão render 152 mil toneladas, quase 30 mil toneladas acima do volume colhido na safra anterior. Em compensação o Deral está confirmando a redução de 77% na safra de café. Esse ano deverão ser colhidas apenas 439 mil sacas de café beneficiado.