Os criadores paranaenses não têm mais esperança em reverter o fim da realização da Feira do Paraná, decido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, para esse ano. No entanto, prometem que para o próximo ano vão convencer o governador Jaime Lerner para a importância da realização da Feira para a pecuária paranaense.
De acordo com o presidente da Federação das Associações de Criadores, Ugo Rodacki, eles foram surpreendidos com a decisão adotada durante o feriado de Finados e ontem encerrou o período de inscrição definitiva dos animais. Deveriam ser inscritos em torno de 2.000 animais e o cancelamento do evento deve gerar prejuízos ao criador que investiu no preparo dos animais.
Segundo Rodacki, o governo não poderia romper sua parceria com o criador ainda mais agora que o Estado recebeu o certificado de área livre de febre aftosa, situação que pode alavancar negócios para a pecuária paranaense. Rodack lembra que a Feira do Paraná é o evento mais importante da pecuária da região Centro-Sul do Estado e que ela vinha sendo realizada nos últimos 32 anos. Segundo ele, o parque Castelo Branco tem toda a infra-estrutura necessária e não pode ser disperdiçado agora.
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Rodacki ressaltou a importância da Feira por ser local de classificação para outros eventos, inclusive com contagem de pontos. "Sem a realização dessa Feira, tudo isso ficou comprometido", afirmou. Lembrou que se trata do único evento no Paraná que promove a exposição de equinos em dois turnos, dada a elevada participação das várias raças. Em média, 700 equinos participam da Feira do Paraná, anualmente gerando negócios atraentes para seus criadores.
Rodacki disse que a Feira do Paraná vinha se recuperando financeiramente de resultados desanimadores obtidos em outros anos, quando a economia esteve em recessão. No ano passado o faturamento com os leilões atingiu R$ 350 mil, o que já correspondeu ao dobro do faturamento do ano anterior. Prova disso, é que a Associação de Criadores de Nelore que esteve afastada da feira por tanto tempo voltou o ano passado e saiu satisfeita com os negócios. " Esse ano, tinha confirmado presença novamente", disse.
O orçamento previsto para a realização da feira esse ano seria de R$ 142 mil, valor que seria compensado com a receita gerada pelo evento. Segundo Rodacki, o que frustrou a Feira do Paraná no ano passado foi a terceirização da administração e locação de estandes que deu caráter comercial excessivo em detrimento da participação da pecuária e das empresas do segmento agropecuário. Essas empresas se afastaram do evento em função dos altos custos de locação cobrados na época, que elas não estavam acostumadas com isso. "O que desvirtuou foi o emaranhado de tendas que só vendiam penduricalhos e não caracterizada uma evento agropecuário", disparou.
Para esse ano já vinham sendo programadas algumas modificações que agradaram os criadores. Segundo Rodacki, o pavilhão Internacional seria um local destinado a julgamentos, que daria mais conforto aos criadores se ocorresse excesso de chuvas, como normalmente acontece nesse periodo do ano.
De acordo com o diretor da Secretaria da Agricultura, Norberto Ortigara, a Feira do Paraná foi cancelada em função da inviabilidade em promover obras de saneamento ambiental do Parque Castelo Branco no curto prazo. As obras foram exigidas pela Comissão de Meio Ambiente, formado por representantes do Instituto Ambiental do Paraná e ONGs em função de decreto recente que tornou a região como Área de Proteção Ambiental (APA).