As primeiras geadas do ano não chegaram a prejudicar a produção de grãos no Paraná. O mesmo não aconteceu com as hortaliças que não estavam protegidas. Na região de Ponta Grossa, a temperatura caiu até 6,6ºC negativos na relva e agricultores chegaram a falar em perdas de 30% nas culturas de alface e repolho. Para esta sexta-feira, as geadas devem ser mais fortes em praticamente todo o Estado, conforme previsão do Simepar - Serviço Meteorólogico do Paraná.
Conforme acompanhamento do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Deral), nessa época do ano a produção de grãos como milho safrinha, trigo, feijão de inverno e café concentra-se na região Norte, onde a intensidade das geadas foram de fracas a moderadas. Nessa região, as geadas ocorreram nas áreas de baixadas e de relvas, onde as culturas podem ter sido afetadas.
Cerca de 90% da área plantada com milho safrinha e 14% da área com trigo encontram-se em fase sensível à ocorrência de geadas. A engenheira agrônoma Vera da Rocha Zardo não descarta a ocorrência de prejuízos nessas áreas, mas destacou que o Deral não tem condições de informar ainda em que volume ocorreram as perdas.
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Na região Sul do Estado, de Guarapuava até Curitiba, onde as geadas foram mais fortes, o trigo ainda está sendo plantado, portanto não foi afetado, afirmou a técnica do Deral. Já o feijão de inverno e hortaliças que ocupam áreas de baixadas podem ter sido afetadas, admitiu a técnica. O café, plantado nas áreas de baixadas, pode ter tido as folhas queimadas e as plantas novas que não foram protegidas também podem ter sido atingidas.
Na região de Curitiba, a preocupação maior é com as olerícolas. A RMC é responsável por 70% da produção de olerícolas do Paraná, avaliada em 1,27 milhão de toneladas. A área plantada no Estado abrange 80 mil hectares. O engenheiro agrônomo Maurício Lunardon, do Deral, disse que os produtores já estão "escolados" e costumam se proteger nesse período, quando é normal a ocorrência de geadas. A primeira providência é reduzir a área plantada de hortaliças. Depois eles concentram o plantio com espécies resistentes a baixas temperaturas como cenoura, beterraba e couve-flor.
No município de Colombo, maior produtor de alface do Estado, 60% da produção tem algum tipo de proteção. A maioria com túneis de plástico. Uma técnica que os produtores estão utilizando é a proteção com "TNT" tecido que não é tecido. Trata-se de uma fibra que é jogada por cima dos canteiros como cobertor. A cobertura não é eficiente em períodos de geada forte, disse Lunardon.