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Paraná está exportando mais grãos

Rosana Félix - Folha do Paraná
17 abr 2001 às 09:09

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As exportações de soja neste ano em relação a 2000 aumentaram 76% no produto em grão e em 54% em farelo. A exportação de milho, que não era feita pelo Brasil desde 1997, também anima os produtores e deve atingir 1,8 milhão de toneladas em 2001. Esses aumentos foram provocados principalmente pelo clima favorável, pela queda do preço interno do milho e pela procura européia, motivada pelo mal da vaca louca que ataca os rebanhos do velho continente.

Essas são análises feitas pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento e pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). A supersafra, que provocou filas no Porto de Paranaguá que atingiram mais de 100 quilômetros na semana passada, deve contabilizar 9,5 milhões de toneladas de milho e soja exportadas através do porto, segundo dados da Ocepar.

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Para Robson Mafioletti, analista técnico da Ocepar, o Brasil está tomando espaço em mercados que pertenciam aos Estados Unidos. "Eles vendiam um milho transgênico, de marca Star Link, que produziu alergia e problemas nos consumidores", afirmou. A engenheria agrônoma Rossana Bueno de Godoy, da Secretaria da Agricultura, também creditou a esse fato a procura exterior pelo milho brasileiro.

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A soja brasileira também entrou no mercado que pertencia aos americanos, como o Japão. "Isso é muito bom, porque esse país é o maior consumidor, importando 16 milhões de toneladas por ano", disse Mafioletti. A soja em grão exportada vai atingir 890 mil toneladas, e o farelo, 880 mil toneladas, de acordo com a Ocepar. Outros mercados também estão preferindo o produto brasileiro para o consumo animal, por causa da preocupação com a contaminação da vaca louca através de ração feita através de carcaças de animais mortos.

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Porém a tendência para esse produto é de queda de preços, informou o engenheiro agrônomo da Secretaria, Otmar Hubner. "Os estoques do mercado internacional estão bem altos." Para a Ocepar, esse risco também é grande. "O único fator que vai fazer com que os preços se mantenham é uma eventual quebra de safra dos Estados Unidos, que já tem prevista uma área plantada recorde", apontou Mafioletti.


No caso do milho, a produção do país era sempre inferior ao volume consumido, o que propiciava aos produtores um bom preço, que atingiu no ano passado cerca de R$ 12,00 a saca (60 kg). Isso motivou a produção, que teve a área plantada brasileira aumentada em 10,5%. No Paraná, de acordo com a Secretaria, o aumento foi de 300 mil hectares em relação ao ano passado, atingindo 1,8 milhão de hectares. O total de produção paranaense estimado para este ano é de 8,8 milhões de toneladas, contra 5,9 milhões de toneladas da safra passada.

"Mas como a demanda interna não cresceu no mesmo ritmo que a produção, ficou mais interessante exportar", disse Mafioletti. O preço que está sendo pago atualmente ao produtor no mercado interno é de R$ 7,20, o preço mínimo garantido pelo governo. Já para exportar, o preço pode atingir R$ 8,20. A tendência, se o preço interno não reagir, é o aumento das exportações, completou o técnico da Ocepar.


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