O Paraná fechou as portas ontem para a entrada de animais vivos e carne com osso que tenham origem no Rio Grande do Sul. A medida foi adotada ontem às pressas depois da confirmação da existência de focos de febre aftosa no município gaúcho de Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. O medo de a doença extrapolar as divisas do Estado e avançar pelo Sul do País fez com que as autoridades sanitárias paranaenses intensificassem ainda mais o apelo para que os pecuaristas vacinem a mais rápido possível os rebanhos de bois e búfalos.
O bloqueio à entrada de carne do Rio Grande do Sul inclui bovinos, bubalinos, suínos, caprinos e ovinos. O transporte de aves está liberado, pois estes tipos de animais não são suscetíveis à doença. A restrição ao trânsito não tem data para terminar, mas só deverá haver relaxamento quando o Ministério da Agricultura anunciar medidas sobre o trânsito de animais procedentes de propriedades gaúchas.
Além do fechamento da divisa, os técnicos da Secretaria da Fazenda vão vistoriar as fazendas paranaenses que compraram animais do Rio Grande do Sul nos últimos 30 dias. A Secretaria não sabia informar ontem a quantidade de bois que foram adquiridos, mas 1,6 mil cabeças entraram no Estado, desde o início do ano.
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"A Secretaria da Agricultura determinou que eles sejam avaliados nas próximas duas semanas por veterinários oficiais", afirmou ontem o coordenador do Programa de Controle à Febre Aftosa no Paraná, Walter Ribeirepe. Ele disse ainda que o fato de haver uma barreira em Santa Catarina, desde sábado, facilita o controle paranaense. Na prática, a fiscalização no Estado funciona como uma segunda peneira.
O secretário de Agricultura, Antonio Poloni, afirmou ontem que a situação é de muita atenção, mas ele procurou tranquilizar os produtores no Estado. "As autoridades sanitárias catarinenses e gaúchas são bastante rigorosas quanto ao trânsito de animais", afirmou o secretário.
Poloni disse ainda que até a formação da barreira sanitária, os animais de propriedades gaúchas adquiridos por criadores paranaenses recebiam duas doses da vacina contra a aftosa. A primeira era dada ao se chegar à propriedade e a segunda 21 dias depois. O fato de o gado paranaense receber vacinação todos os anos é um fator positivo para impedir o surgimento de focos de aftosa.