Só a disponibilidade de recursos nos bancos à disposição do produtor pode conter uma queda acentuada no preço do milho. Isso porque o agricultor está preocupado agora em evitar que o preço do milho despenque no mercado, justificou o assessor econômico da Organização das Cooperativas do Paraná, Nelson Costa, ao comentar o pacote de medidas anunciadas ontem pelo governo para apoiar a comercialização do milho.
Segundo Costa, o pacote do governo só vai ter eficácia na medida que o agricultor ir à agência do Banco do Brasil e encontrar os recursos para fazer o AGF (compra da produção) ou EGF (financiamento da produção). "Portanto, esse volume de dinheiro que o governo está oferecendo, de R$ 463 milhões, só terá comprovada sua eficácia na prática do dia-a-dia", salientou.
As demais medidas do pacote que prevêm a prorrogação do pagamento da parcela de custeio, aumento do limite de financiamento de custeio para criadores de aves, suínos e bovinos são opções que serão avaliadas para frente. Costa admite que essas medidas representam boa vontade do governo, mas insiste que a principal preocupação no momento é evitar uma derrocada nos preços do milho.
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O Paraná está prestes a colher uma supersafra, em torno de 7,9 milhões de toneladas e o agricultor quer garantia de preço. Desde outubro, quando os preços do grão começaram a cair o produtor já perdeu R$ 5,00 em cada saca. O produto que era comercializado entre R$ 12,50 e R$ 13,00 a saca em outubro, caiu para até R$ 7,50 a saca hoje, dependendo da região. O agricultor quer a garantia de pelo menos o preço mínimo do milho, que é R$ 7,28 a saca. "Abaixo disso, certamente a produção do milho cai novamente na próxima safra", avisou.