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Prolongamento da safra mantém frete agrícola em alta

Redação - Folha do Paraná
12 jul 2001 às 19:26

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O prolongamento do escoamento da safra agrícola rumo ao porto de Paranaguá está contribuindo para manter o frete agrícola em alta. A safra recorde de soja e a exportação de milho, que não ocorria em anos anteriores, estão impulsionando os preços do frete.

Tem mais produto para ser escoado do que caminhão disponível, explicou Antonio Roberto Ramos, encarregado de transporte da Transcocamar, empresa terceirizada que presta serviço à cooperativa Cocamar, de Maringá.

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A disputa por caminhões está tão alta, que dessa vez não foi difícil repassar o último reajuste no preço dos combustíveis. Em menos de uma semana, o óleo diesel aumentou 6% e o frete agrícola subiu 14%. Da região Norte a Paranaguá, o frete do caminhão que estava a R$ 28,00 a tonelada, passou para R$ 32,00 a tonelada, sem a incidência do ICMS. Com o imposto o frete passa para R$ 40,00 a tonelada nas regiões Norte e de Campo Mourão. Antes de iniciar o escoamento da safra de soja, em janeiro e fevereiro, o custo do frete variava entre R$ 18,00 a R$ 19,00 a tonelada.

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De acordo com Ramos, o frete de caminhão nesse período de entressafra é o melhor dos últimos quatro anos. " Antes não tinha tanta oferta de produtos como tem esse ano", afirmou. Além da safra paranaense, ainda está sendo escoada a safra de soja do Mato Grosso para Paranaguá, que absorve grande parte da frota disponível de caminhões no País.

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Outro agravante esse ano, é o acúmulo do transporte da safra de grãos com o transporte de açúcar. O escoamento do açúcar para exportação começou e as usinas do Norte do Estado e também de São Paulo estão enviando o produto para ser exportado via porto de Paranaguá.


Esse ano, está sendo escoado um volume de grãos bem maior do que o ano passado o que faz com que o período de safra seja prolongado, concorda Flávio Turra, analista econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Segundo ele, em anos anteriores julho já era mês de queda no movimento de caminhões nas estradas do Paraná, o que não está ocorrendo.

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A produção de soja esse ano é de 8,4 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 16,6%. Segundo Turra, a tendência é aumentar a demanda por caminhões nesse período que a taxa de câmbio está crescendo. Além da soja, os caminhões estão transportando milho, que não era exportado antes. Só esse ano, já foram encaminhados ao porto 1,78 milhão de toneladas de milho. A perspectiva é enviar até 3 milhões de toneladas até o final do ano.


A Administração do Porto de Paranguá e Antonina (APPA) contabilizou a entrada de 176 mil caminhões no pátio do porto, só nos primeiros seis meses desse ano. Esse volume de caminhões corresponde ao movimento registrado durante todo o ano passado. Desse total, 50.500 veículos carregaram milho, 86.500 caminhões carregaram soja em grão e 21.300 caminhões carregaram farelo de soja.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Setcepar) Rui Sichella, a safra no Paraná está se prolongando enquanto em outras regiões do país, o mercado está aquecido em outros segmentos. "Esse foi o motivo do aumento da demanda por caminhões", explicou.


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