Os representantes da cadeia produtiva do milho aceitaram pagar o preço mínimo de R$ 10,00 a saca, a partir de fevereiro do ano que vem, quando inicia o período de safra. O acordo foi firmado, mas a assinatura das entidades está vinculada a adoção de alguns mecanismos de apoio a comercialização por parte do governo federal, como os contratos de opção. Esse instrumento é a garantia de compra do milho pela União, caso o agricultor não consiga vender o produto.
Além do acordo, o Conselho Monetário Nacional aprovou a ampliação do limite de financiamento para o plantio de milho de R$ 200 mil para R$ 250 mil, com juros controlados de 8,75% ao ano. Esses mecanismos podem ajudar a reverter a decisão do produtor que vinha rejeitando o plantio de milho na próxima safra, disse o engenheiro agrônomo Robson Mafioletti, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). O técnico aposta que a necessidade de adotar a rotação de culturas vai evitar uma queda ainda maior no plantio de milho.
Em nota oficial, o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Antonio Poloni, defende a necessidade de fixar um preço mínimo para o milho "para garantir a manutenção da área plantada para a próxima safra". Se a queda no plantio se confirmar, o secretário avisa que poderão ser plantados no Paraná no máximo 1,5 milhão de hectares, o que deve reduzir a safra em 1,7 milhão de toneladas. A safra passada rendeu 9,25 milhões de toneladas.
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Os setores mais penalizados com a perda de espaço do milho seriam a suinocultura e avicultura, maiores consumidores, aponta a nota. Poloni lembrou que em Santa Catarina houve um acordo semelhante para evitar a redução do plantio naquele Estado. Se não houver acordo semelhante aqui, estado que lidera a produção de milho, o secretário lembra que o país corre o risco de se tranformar em importador do grão. Com isso, virão todas as consequências negativas para esses setores, que podem perder competitividade, caso o câmbio não se acomode até a entrada da próxima safra.