A partir do próximo dia 1º de maio começa a primeira etapa de vacinação do gado bovino e bubalino contra o vírus da febre aftosa. A intenção da Secretaria da Agricultura é atingir cobertura mais próxima possível de 100% do rebanho paranaense, que é formado hoje por quase 10 milhões de cabeças. O governo do estado iniciou campanha para conscientizar os pecuaristas ou qualquer pessoa que tenha um ou poucos animais a fazer a imunização. "Não pode ficar nenhuma cabeça de gado sem receber a vacina", alerta o secretário da Agricultura, Antonio Poloni.
O secretário diz que o estado tem responsabilidade de auxiliar na vacinação, mas de nada adiantará o trabalho se não houver a adesão dos produtores. "Seria um desastre para a economia paranaense e para o agronegócio o reaparecimento da doença", alerta. O secretário assegura que o Paraná está livre da aftosa, mas para isso tem de manter a vacinação.
Poloni cita o exemplo do Rio Grande do Sul, que havia conseguido a certificação de área livre de aftosa três anos antes do Paraná, e no ano passado voltou a ter um foco da doença na localidade de Jóia. O secretário diz que houve descuido por parte das autoridades em manter campanhas de imunização. Na Argentina e Europa, a doença também voltou, comprometendo rebanhos e levando centenas de pecuaristas a sacrificar seus rebanhos.
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No Paraná, cerca de 1,2 mil técnicos da Secretaria da Agricultura estarão envolvidos na campanha de vacinação. O número é, praticamente, o mesmo em relação ao ano passado, quando foram vacinados 98,5% do rebanho.
Para conscientizar os produtores, a Secretaria fará entre os dias 23 e 26 deste mês seminários intitulados "Fórum Paraná sem aftosa" por todo o Estado. Estão marcadas reuniões em Ponta Grossa, Londrina, Cascavel, Umuarama, Guarapuava, Campo Mourão e Paranavaí. Os 20 núcleos regionais da Secretaria da Agricultura farão ações para levar informações aos produtores.
Outra preocupação é controlar a entrada de animais na fronteira com a Argentina. O governo do Estado ainda não obteve resposta do governo federal se será ou não colocado o Exército para coibir o contrabando de carne argentina. A importação foi proibida há pouco mais de um mês por conta do surgimento de focos de aftosa no país vizinho.
Um dos problemas é que por conta da doença o preço da carne está até 40% mais barata que a brasileira, o que estimula ainda mais o comércio ilegal. "O que pode ser uma economia hoje, pode representar um enorme prejuízo no futuro", alerta o secretário da Agricultura.