A diferença de custo de produção entre soja transgênica e convencional não chega a 40% como disse o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, no último sábado. Estudos feitos pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) indicam que, se pudesse optar pela soja transgênica, o produtor teria uma economia de custos de apenas 2,07%, computando o pagamento de royalties para a empresa detentora da tecnologia. O plantio está proibido em todo o País.
A Ocepar salienta, no entanto, que o agricultor teria vantagens comparativas em plantar a soja transgênica, entre elas o conforto em fazer apenas uma aplicação de herbicida. Em períodos chuvosos, o agricultor deixa de aplicar o herbicida e depois não consegue controlar a infestação de pragas, disse o assessor econômico da Ocepar, Nelson Costa.
Segundo Costa, no plantio tradicional o agricultor faz entre duas a três aplicações de herbicida, enquanto no plantio transgênico, só faz uma. Além da comodidade, o produtor fica mais tranquilo e liberado para outras operações na propriedade.
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A diferença de custo no plantio das sojas transgênica e tradicional aumenta, na medida que o agricultor não paga os royalties para a empresa que detém a tecnologia. Segundo Costa, nos Estados Unidos, onde os agricultores pagam os royalties, o preço da semente transgênica custa cerca de 30% a mais em relação às sementes da soja convencional.
Já na Argentina, onde o plantio de soja transgênica se disseminou em 90% da área ocupada, não há controle de origem das sementes e por isso não há cobrança dos royalties. Por isso, a diferença entre o preço das sementes é mínima. O mesmo sistema foi disseminado no Rio Grande do Sul, onde apesar da proibição, há plantios clandestinos mas não existe controle sobre a procedência das sementes. Nesse caso, a diferença a favor do produtor que planta a semente transgênica é de 6,7% em relação ao plantio da soja tradicional.