Os trabalhadores da construção civil de Curitiba e Região Metropolitana conseguiram, na semana passada, o maior aumento salarial da categoria em todo o Brasil. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil (Sintracon) e o patronal, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon), concordaram em um reajuste entre 9% e 12%, retroativo a 1º de junho, data-base da categoria.
O presidente do Sintracon, Paulo Rodriguez Lopes, disse que o reajuste foi significativo, se comparado com outras categorias de trabalhadores que conseguiram percentuais mais baixos. Segundo Lopes, o reajuste corresponde a inflação medida pelo INPC entre 1º de junho de 2000 a 1º de junho deste ano, de 7,33%, mais ganhos reais. "Mostramos para o Sinduscon que o trabalhador daqui é bastante qualificado e por isso merecia o reajuste", afirmou.
Em outras capitais onde os trabalhadores da construção civil já tiveram sua data-base, o reajuste foi menor que em Curitiba. Em São Paulo, o percentual ficou em 4,2%, de 7,2% a 9% no Rio de Janeiro, 7,75% em Porto Alegre e 10% em Belo Horizonte.
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Na capital paranaense, o maior aumento foi concedido ao piso para servente, que passou de R$ 1,52 por hora para R$ 1,67 (variação de 12%), sendo que o salário mensal passou de R$ 334,40 para R$ 367,40, valor que só fica atrás de São Paulo, em comparação com as cidades citadas acima. Já o piso dos profissionais, como pedreiros e encanadores, é o maior do País, passando de R$ 2,07 para R$ 2,27 a hora, e de R$ 455,40 para R$ 499,40 o salário mensal.
Para o presidente do Sinduscon, Eliel Lopes Ferreira Júnior, o reajuste foi pressionado pela inflação e também pelo aumento que o salário mínimo teve neste ano, de 20%. Porém Ferreira disse que o setor está em um momento difícil, com custos de produção elevados. Segundo ele, melhorar o salários dos trabalhadores mantém mão-de-obra qualificada na região, mas ele defende também outro caminho, o da reforma tributária. "É preciso promover, com urgência, uma reforma tributária e trabalhista para que setores de mão-de-obra intensiva, como é a construção, não sejam penalizados com encargos e taxas insuportáveis sobre os salários", divulgou, através da assessoria de imprensa do Sinduscon.