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Dificuldades na alimentação básica

Trabalhadores diminuem compra de carne pela alta inflação

Folhapress
27 set 2021 às 14:44

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- Unsplash
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Nos últimos meses, as famílias vivem um dilema para poder fechar o orçamento mensal. A inflação dos alimentos e os constantes aumentos da conta de luz e do botijão de gás são muitas vezes somados a uma renda menor. Consequentemente, há compra de menos produtos, deixando de lado, principalmente, a carne bovina.


A dona de casa Lúcia Mesquita, 45 anos, moradora de Diadema (ABC), sempre foi acostumada com fartura na hora de fazer compras, mas isso mudou. "Antes dessa crise, era carne bovina até três vezes por semana. Hoje, é no máximo duas vezes no mês. O que mais tenho comprado é frango e ovo", diz. Ela conta que, após o marido perder o emprego no fim de 2019, ele faz "bicos", e a renda na casa da família de cinco pessoas –incluindo um neto recém-nascido– é de R$ 1.600 mensais.

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Assim como a família de Lúcia, pesquisa do Procon-SP feita no início deste ano mostra que os lares têm sofrido com a queda na renda de cada trabalhador. O estudo, feito entre 8 de fevereiro e 15 de março com 5.007 pessoas, aponta que sete em cada dez viram a renda individual cair (69,76%).

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Para garantir economia, Lúcia vai ao mercado comprar a mesma quantidade de arroz, feijão, açúcar, óleo e molho de tomate a cada 15 dias. "Faço uma feira na hora da xepa, porque é mais barato. Não tem mais aquela compra do mês", conta.

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Desempregada, a cuidadora de idosos Elisangela Lopes de Paiva, 42, moradora da Brasilândia (zona norte), passou a fazer faxinas. Para economizar no gás de cozinha, ela usa um fogão elétrico. Além disso, também diminuiu o consumo de carne. "Quando vou no açougue, peço certinho três filés de frango. Um para cada um", afirma ela.

Nos últimos meses, as famílias vivem um dilema para poder fechar o orçamento mensal. A inflação dos alimentos e os constantes aumentos da conta de luz e do botijão de gás são muitas vezes somados a uma renda menor. Consequentemente, há compra de menos produtos, deixando de lado, principalmente, a carne bovina.

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A dona de casa Lúcia Mesquita, 45 anos, moradora de Diadema (ABC), sempre foi acostumada com fartura na hora de fazer compras, mas isso mudou. "Antes dessa crise, era carne bovina até três vezes por semana. Hoje, é no máximo duas vezes no mês. O que mais tenho comprado é frango e ovo", diz. Ela conta que, após o marido perder o emprego no fim de 2019, ele faz "bicos", e a renda na casa da família de cinco pessoas –incluindo um neto recém-nascido– é de R$ 1.600 mensais.

Assim como a família de Lúcia, pesquisa do Procon-SP feita no início deste ano mostra que os lares têm sofrido com a queda na renda de cada trabalhador. O estudo, feito entre 8 de fevereiro e 15 de março com 5.007 pessoas, aponta que sete em cada dez viram a renda individual cair (69,76%).

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Para garantir economia, Lúcia vai ao mercado comprar a mesma quantidade de arroz, feijão, açúcar, óleo e molho de tomate a cada 15 dias. "Faço uma feira na hora da xepa, porque é mais barato. Não tem mais aquela compra do mês", conta.

Desempregada, a cuidadora de idosos Elisangela Lopes de Paiva, 42, moradora da Brasilândia (zona norte), passou a fazer faxinas. Para economizar no gás de cozinha, ela usa um fogão elétrico. Além disso, também diminuiu o consumo de carne. "Quando vou no açougue, peço certinho três filés de frango. Um para cada um", afirma ela.

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Queda nas vendas
Dono de açougue em Santo André (ABC), Raul Lima de Almeida, conta que essa é uma das principais mudanças da clientela, que caiu pela metade. "Antes, o pessoal pedia o quilo. Agora, pedem em quantidade, como dois ou três filés."
O mesmo ocorre em comércio de miúdos na Lapa (zona oeste). "Sai muito fígado e mocotó, mas subiu o preço. Por isso tem gente que prefere comprar por unidade", afirma o balconista Lucas Batista ao Agora.


Dono de açougue em Santo André (ABC), Raul Lima de Almeida, conta que essa é uma das principais mudanças da clientela, que caiu pela metade. "Antes, o pessoal pedia o quilo. Agora, pedem em quantidade, como dois ou três filés."

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O mesmo ocorre em comércio de miúdos na Lapa (zona oeste). "Sai muito fígado e mocotó, mas subiu o preço. Por isso tem gente que prefere comprar por unidade", afirma o balconista Lucas Batista ao Agora.


Carne e frango têm alta de preços nos supermercados

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Considerado uma alternativa para a carne vermelha, o frango também registrou alta de preços nos supermercados de São Paulo neste ano. De acordo com levantamento da Apas (Associação Paulista de Supermercados), o valor da ave acumula acréscimo de 21,42% entre janeiro e agosto de 2021.


A média do preço da carne bovina subiu 6,19%. Porém, essa alta é mais expressiva em alguns cortes, como no caso do acém, que teve aumento de 17,90%. Nos últimos 12 meses, o mesmo corte subiu 36%.

Segundo o economista da Apas Diego Pereira, a carne suína, que está em queda, é uma boa opção. "No caso da carne bovina, houve alta da demanda e dos incrementos de produção, o que também atingiu o frango, e que chega na ponta", diz ele.

O pesquisador da área de pecuária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, Thiago Bernardino de Carvalho, analisa a alta para o produtor. "Estamos com oferta restrita da produção. Tem a questão hídrica, que, no caso da pecuária de corte, diminui a produção de pasto. Tradicionalmente, também se usa milho, farelo de soja e bagaço de cana, que subiram."

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