Os consumidores hatituados a escolher entre várias marcas de produtos nas gôndolas de supermercados cada dia mais se deparam com uma nova realidade. Pouca variedade de itens e uma enxurrada de mercadorias com a marca do supermercado estampada no rótulo. As marcas próprias foram adotadas pelas grandes redes e vieram para ficar. O Carrefour superou em outubro o patamar de 500 itens com o nome do supermercado, no segmento de grande consumo, e 1,3 mil nas demais áreas. O grupo Sonae tem 700 tipos de mercadoria que levam a marca Mercadorama e o Extra entra nesta seara a partir de amanahã.
Os hipermercados do Extra instalados no Paraná ganharão, oficialmente, os produtos "Extra". Eles estão há quase um mês na prateleiras para testar a receptividade dos consumidores. Por enquanto, não há uma avaliação do Extra sobre a aceitação.
O grupo Pão de Açúcar, que é dono da bandeira Extra, foi um dos pioneiros em lançar produtos com marca própria, ainda na década de 70. Hoje há três linhas de mercadorias: "Qualitá" que é vendida no grupo Pão de Açúcar, "Barateiro", cujos produtos são colocados no supermercado do mesmo nome, e "Extra" para o hipermercado. Ao todo são 1,2 mil produtos dos gêneros alimentícios, de higiene e limpeza, pratos prontos e mercearia. A qualidade é assegurada pelos laboratórios de Controle de Qualidade do grupo Pão de Açúcar.
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A vantagem da marca própria para o consumidor está no preço mais baixo. A regra no Extra é vendê-los por até 20% menos em relação ao líder do segmento. O Carrefour também vende os produtos de marca própria com preços que ficam entre 15% e 20% mais baratos, em média. Mas em casos pontuais, como os pacotes de algodão, chegam a custar 60% menos. "Acreditamos que vamos vender cerca de 570 mil unidades desse produto no primeiro ano", aposta o diretor de Marca Própria do Carrefour, Bruno Beyris. A receita do Carrefour com marca própria é de 5% sobre o total, podendo chegar a 7,5% nos próximos meses.
Segundo Beyris, a marca própria ajuda a "fidelizar o cliente e divulga a marca da empresa". Mas nem todo o consumidor se conforma com os produtos que levam o nome do supermercado. Na última quarta-feira, vários consumidores que faziam compras na loja Mercadorama do Juvevê reclamavam da quantidade de itens Mercadorama. "Sabe Deus de onde vem este produto", reclamava uma dona de casa, ao dizer que havia pouca opção de mercadoria nas gôndolas. Outra dizia ao telefone, enquanto olhava as prateleiras: "Não venho mais aqui. Só tem produto Mercadorama".
A Sonae informou que há 700 produtos com o nome "Mercadorama". O grupo português garante que a qualidade é a mesma dos demais itens. A origem do fornecimento aparece no rótulo do produto. Segundo a Sonae, os fornecedores são em sua maioria do Rio Grande do Sul e do Paraná. O maior interesse da Sonae é fidelizar o cliente com a marca própria.