Um advogado, funcionário do 3º Juizado Especial de Londrina, é acusado de falsificar assinaturas de um juiz e sacar recursos de contas de depósitos judiciais. A prisão preventiva foi decretada no dia 1º de março e o acusado já é considerado foragido da Justiça. Ao todo, foram sacados R$ 26,8 mil.
O funcionário trabalhava havia quase cinco anos no Fórum e já desempenhou funções de estagiário do Tribunal de Justiça (TJ) e conciliador do juizado, um cargo de confiança dos juízes. Aproveitando da sua posição, ele forjou ofícios e alvarás e falsificou assinaturas do juiz substituto em quatro processos em que havia depósitos feitos. De acordo com a investigação, a documentação foi alterada nos dias 27 e 28 de fevereiro. Os processos fraudados não eram digitais.
"Com os documentos em mãos, ele se apresentou como advogado das partes e conseguiu realizar os saques todos de uma vez só", explicou o juiz Mauro Ticianelli, diretor-geral do Fórum de Londrina. "Realmente houve uma falha do sistema, mas o próprio sistema detectou a irregularidade e no dia seguinte a prisão foi decretada", reconheceu.
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Os saques foram efetuados na agência da Caixa Econômica Federal (CEF) localizada dentro do próprio Fórum.
Segundo Ticianelli, não haverá prejuízo para as partes envolvidas nos processos e nem ao erário já que tanto a CEF quanto o TJ possuem seguro e o dinheiro será ressarcido. O diretor do Fórum garantiu que foi feito um pente-fino em todas as varas e a fraude foi comprovada apenas nestes quatro processos. "Todos os juízes se reuniram com suas equipes e pediram mais atenção para que casos semelhantes não voltem a acontecer", frisou.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Londrina, já abriu um processo disciplinar contra o acusado, que pode ser suspenso por até um ano ou mesmo excluído dos quadros da Ordem. "Realmente é uma denúncia muito grave. Ele terá todo direito a defesa e se a falsificação dos documentos e os saques forem comprovados, certamente ele será penalizado", ressaltou o presidente da OAB-Londrina, Artur Piancastelli.
A família do acusado, que não reside em Londrina, entrou em contato com o diretor do Fórum e se mostrou assustada com a situação. "Eles desconhecem o paradeiro do funcionário e até se propuseram a ressarcir o dinheiro sacado", colocou Ticianelli.