Cerca de 10 vendedores ambulantes que têm carrinhos de lanche "instalados" na calçada da Rua Benjamin Constant, ao lado do Terminal Urbano, fizeram um grande protesto na madrugada deste sábado (12) para resistir à desocupação do local. Apoiando o "movimento", havia pelo menos outras 40 pessoas.
O prazo para saírem da calçada terminou às 18 horas de sexta-feira (11) e, para evitar tumultos na hora de maior movimento, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) adiou a remoção dos carrinhos para às 2 horas. "Eles impediram que nós removêssemos os carrinhos e atearam fogo em pneus velhos", disse o assessor executivo da CMTU, Aguinaldo Rosa. Ninguém ficou ferido, porém, nenhum carrinho foi retirado.
Segundo a CMTU, estiveram no local cerca de 10 agentes e 10 motoristas dos caminhões e carregadores. A Polícia Militar esteve no local, mas não interferiu.
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Rosa disse que entre cinco e seis comerciantes solicitaram a retirada dos carrinhos e dois ou três saíram voluntariamente. "Dos 18 vendedores ficaram uns 10: os outros já pediram autorização para explorar outros pontos. São pessoas que precisam realmente trabalhar", avaliou. "Os que ficaram estão impedindo que os outros saiam voluntariamente".
Multa
Como a decisão do município é evitar o uso de força para desocupar a área pública, o próximo passo deverá ser a autuação e multa dos vendedores, que pode chegar a R$ 600. "Se houver reincidência, o valor dobra; e se a pessoa não pagar, será inscrita em dívida ativa e será executada, não podendo mais executar nenhuma atividade com o poder público".
"Massa de manobra"
Aguinaldo Rosa disse que além dos dez vendedores que se recusam a deixar o local, há pessoas "infiltradas" no movimento de resistência. "São advogados, ex-candidatos a vereador e grupos políticos que estão utilizando esses ambulantes como "massa de manobra", com finalidade política. Estão iludindo esse pessoal, dizendo que se ficarem conseguirão uma decisão favorável no Tribunal de Justiça", acusou.
Esta semana, o juiz da 2ª Vara Cível, Luiz Gonzaga Tucunduva de Moura, indeferiu pedido dos ambulantes para permanecerem no local. O mandado de segurança foi extinto. "O fato de eles permanecerem representa uma afronta contra a Justiça, o Ministério Público, a prefeitura e a própria sociedade", opinou Rosa.
A reportagem do Bonde ainda não conseguiu manter contato com a líder dos ambulantes, Ledna Mendes.