O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) registrou três terremotos em Londrina nos últimos três dias. Os tremores foram sentidos por moradores da zona sul no domingo (21), na segunda-feira (22) e nesta terça-feira (23), todos com magnitudes entre 0.7 e 1.4 na escala Richter. A medição vai de 0 a 10 e, portanto, são de baixo potencial destrutivo.
Joarez Rodrigues Dias, 53, relatou ter ficado assustado com os abalos sísmicos. O consultor de vendas mora com sua família em um condomínio próximo ao Shopping Catuaí. "No domingo estávamos na varanda quando sentimos um estrondo muito forte, como se fosse uma dinamite. O chão tremeu", conta. "Ontem à noite o mesmo fenômeno aconteceu com a mesma intensidade e barulho. Ficamos todos apavorados", lembra.
A Defesa Civil afirmou ao Bonde que muitos moradores da região sul ligaram informando sobre os tremores e os dados serão encaminhados para os geólogos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) que passarão as informações para o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo. De acordo com o Corpo de Bombeiros não houve nenhuma ocorrência por conta dos tremores registrados.
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Um relato do tremor também foi registrado no site do Centro de Sismologia, onde é possível deixar depoimentos. "Sentimos um tremor ontem em Londrina, por volta das 16h e hoje por volta das 22h um mais intenso e forte que o sentido ontem".
José Paulo Pinese, geólogo da Universidade Estadual de Londrina (UEL), afirma que não é possível dar como causa a infiltração de água da chuva no solo, uma vez que a água infiltrada não teria capacidade de gerar tais abalos. O professor também descarta a interferência humana e afirma que o fenômeno é natural e que é normal que ocorra em pequenas intensidades.
Pinese destaca ainda que a UEL, o Laboratório de Geologia e a Defesa Civil está sempre monitorando os abalos e fazendo a orientação necessária junto à população.
Quem sentir tremores de terra pode relatar ao Centro de Sismologia da USP por aqui, por meio do "Sentiu aí?".
Entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, a zona leste de Londrina teve 14 abalos e, conforme um relatório do Centro de Sismologia da USP divulgado na época, os estrondos ouvidos e sentidos eram pequenos tremores de terra com foco na camada de rocha basáltica, abaixo da camada de solo. Os tremores chegaram à magnitude de 1,8 grau na escala Richter. Na ocasião, muitas residências tiveram rachaduras por conta do abalo.
(Colaborou Isabela Fleischmann)
Atualizada às 17h39