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Entenda a alteração

CMTU propõe mudar mapa da coleta seletiva

Vitor Ogawa - Equipe Folha
30 mar 2016 às 08:50

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- Saulo Ohara/Equipe Folha
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A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) se reuniu nesta semana com representantes das cooperativas de coleta de recicláveis para tratar das modificações no contrato, que vence em maio. Uma das propostas da CMTU é a reorganização da divisão do município em setores nos quais as cooperativas atuam. Com a mudança, algumas cooperativas perderiam áreas e outras assumiriam mais.

A proposta desagradou a presidente da Cooper Refum, Selma Maria de Assis Gonçalves. "Estão tentando mexer em regiões em que estamos trabalhando há muito tempo. A CMTU alega que a alteração fará a cooperativa atender em outro bairro, supostamente para que nós tenhamos mais economia com os combustíveis", expôs. De acordo com Selma, o problema é que a prefeitura interrompeu a distribuição de sacos verdes por um bom tempo e, nesse período, a Cooper Refum pagou pela distribuição deles com recursos próprios e isso fez com que os moradores mantivessem o hábito de fazer a separação do material para a reciclagem. "Se nós formos transferidos para outra área vai ficar difícil, pois teremos que recomeçar o trabalho do zero", criticou.

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Segundo o advogado da Cooper Refum, Amauri Antônio de Carvalho, a CMTU propôs que seja feito um repasse global para o custeio das cooperativas, mas o valor proposto pela autarquia às cooperativas não cobriria sequer as despesas correntes. "Todo ano é a mesma coisa. Sempre há uma briga na renovação do contrato. As cooperativas estão há dois anos sem reajuste", destacou.

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Segundo Selma, a Cooper Refum, por exemplo, possui uma despesa mensal de aproximadamente R$ 64 mil e pela proposta feita pela CMTU, o valor que a cooperativa receberia seria de R$ 30 mil, o que tornaria o negócio inviável. "O que a gente vai fazer para conseguir o restante do dinheiro? Temos que pagar o INSS, barracão, custos com a manutenção do caminhão, custo com o pessoal, óleo diesel, entre outras despesas", ressaltou.

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Sandra Araújo, da Coocepeve, acredita que ainda não há motivo para preocupação, já que tudo está em fase de discussão. No entanto, afirmou que da maneira que foi apresentada a proposta não possibilitaria que as cooperativas se sustentassem. "Tem que analisar melhor isso. Vira e mexe eles querem mudar alguma coisa ou outra e isso não tem ajudado. A necessidade que as cooperativas possuem é de ter material para trabalhar para ter renda", apontou.


Sandra afirmou que somente da área da Coocepeve seriam 5 mil domicílios a menos que os trabalhadores atenderiam. "O valor pago pelo material que recolhemos sofreu uma queda grande então precisamos compensar com a coleta de um volume maior de material. Se reduzirem nossa área, não vou conseguir sobreviver", apontou.

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O diretor da CooperNorth, Danilo Augusto Cardoso, falou que a proposta precisa melhorar muito para atender as necessidades das cooperativas. Segundo ele, no cálculo apresentado pela CMTU não foram computados os gastos que eles possuem com o pagamento do INSS e do aluguel. "Eles falam que pagam o reembolso disso, mas a cooperativa precisa completar esse valor. Vivemos um momento de crise, mas não podemos deixar o cooperado sem amparo para servir a população. Para fazer um bom trabalho, o cooperado precisa ter condições para isso", expôs.
O diretor da Ecorecin, Francisco Caetano Bittencourt Gomes da Silva, declarou que o que foi mostrado na reunião foi passado de maneira muito rápida e não teria como emitir uma opinião sobre o assunto. "Eles ficaram de enviar o mapeamento da proposta com a nova divisão. Eu quero ver os bairros que a nossa cooperativa assumiria, visitar in loco, para poder discutir esse contrato."


Zaqueo Vieira, da Cooper Região, ressaltou que a negociação ainda não foi fechada. "Foi só a apresentação. Tiraram alguns domicílios de algumas cooperativas e repassaram para outras. Quando é oferecida uma proposta dessas, sempre tem alguém que fica nervoso, pois a cooperativa trabalha a conscientização em um bairro e depois passa para outra cooperativa realizar o trabalho. No nosso caso, passaria de 88 mil domicílios para 76 mil. Se perdermos de um lado podemos ganhar de outro, economizando gastos com combustível com essa reorganização, mas precisamos ver as bases dessa proposta com mais calma para ver como funcionará."

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São sete as cooperativas responsáveis pela coleta de recicláveis em Londrina. A reportagem tentou entrar em contato com representantes da Cooper Mudança e da Cooper Oeste, mas ninguém atendeu as ligações.


CMTU

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A assessoria da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) informou que o objetivo da proposta de modificação no contrato é promover mais qualidade e melhorias na prestação do serviço de coleta de recicláveis. Com isso, diz a nota, seria possível otimizar e melhorar o atendimento, redimensionando os bairros para que estejam mais próximos do barracão da cooperativa que os atende. De acordo com a nota, a mudança impactaria no custo de combustível e no gerenciamento dos serviços pelas cooperativas. Atualmente, cada cooperativa atende vários bairros em diferentes regiões da cidade.


"O objetivo da CMTU é facilitar o processo de fiscalização e, ao mesmo tempo, qualificar o atendimento prestado ao munícipe. Também, oferecer ferramentas de gestão que promovam as cooperativas, com foco no aumento da renda para os cooperados. Neste sentido, a ideia de mudar o ‘mapa da coleta seletiva’, com o redimensionamento dos bairros atendidos tem essa finalidade, de melhorar a logística com economia de tempo e de combustível, de forma que a cooperativa atenda a região mais próxima do seu barracão", reforça a coordenadora de coleta seletiva da CMTU, Eliene Moraes, em nota.


Sobre a mudança no sistema de pagamento, a CMTU ressalta que não há proposta de redução. "A CMTU tem estudado mudar a forma de pagamento, que hoje é feito por tonelada comercializada. A ideia é que o pagamento seja feito por domicilio atendido, de forma que as cooperativas possam ampliar a prestação de serviços, inclusive, passando a atender o grande gerador também, por exemplo. Essa mudança possibilitará uma melhor fiscalização do serviço efetivamente prestado, o que para a CMTU pode impactar na qualidade de atendimento para a cidade", diz a nota.

Questionada sobre a possibilidade de a Companhia assumir a coleta e distribuir o material para as cooperativas conforme a quantidade de associados, a assessoria afirma que essa proposta foi feita para que as cooperativas sejam mais independentes, ampliando as possibilidades de comercialização dos materiais. "No entanto, a maior parte delas foi contrária, no momento, considerando que a referência de coleta seletiva em Londrina é a inclusão dos catadores para realizar a coleta porta a porta", ressalta o texto da assessoria.


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