A reportagem do Grupo Folha circulou pelos colégios da cidade para avaliar os impactos da greve. No Colégio Marcelino Champagnat os alunos foram orientados pelos professores que as aulas ocorreriam normalmente, no entanto o movimento da escola foi prejudicado pela greve dos ônibus.
Havia apenas três alunos na portaria do colégio, um deles chegou com uma van escolar particular e outros dois chegaram na kombi do pai de um amigo. Os três eram alunos do 1º ano do ensino médio.
A escola municipal Leonor Maestri Held, no Jardim Leonor, também está fechada em função da greve geral.
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O diretor do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro), Daniel Ueda, explicou que, desde às 14 horas de quinta (27), o sindicato montou um suporte para os grevistas na avenida Higienópolis, centro da cidade. Ali também houve a distribuição dos filiados do Sinpro para a mobilização que ocorre nas unidades privadas, como colégios e universidades, que não liberaram os professores para a greve geral. Conforme Ueda, os grupos estão na frente das instituições para testar sensibilizar os docentes e pais de alunos.
O diretor do Colégio Universitário, Wilson Marvulle, afirmou que a greve não afetou o funcionamento da escola nesta sexta. Ele destacou que 90% da equipe compareceu ao trabalho e que houve um esquema de remanejamento de funcionários para suprir aqueles que dependem de transporte público. A mãe de uma das alunas, Patricia Germanovix do Carmo, afirma que a greve não afetou em nada a rotina da família. Ela é funcionária do INSS e diz que na agência o funcionamento será normal.
O aluno de engenharia civil da UniFil João Vitor Tanajura foi até a universidade nesta manhã para as aulas normalmente porque os professores afirmaram que não iriam se manifestar sobre a greve. Ao chegar na faculdade, ele encontrou professores na entrada do prédio com faixas de greve geral.
Em nota, a UniFil informa que as aulas de todos os cursos estão normais nesta sexta-feira, sem qualquer adesão de professores e funcionários à greve. A direção ressalta também que todos os colaboradores foram informados previamente sobre o funcionamento da instituição no dia de hoje. Com relação à presença de alguns sindicalistas em frente ao campus da Avenida JK no início da manhã, não havia nenhum professor ou funcionário da UniFil entre os manifestantes.
"A manifestação foi tranquila, pacífica, com alguns cartazes, mas não houve nenhum incidente. Alunos tiveram acesso normalmente à instituição, tanto à Unifil quanto ao Colégio Londrinense. Nenhum funcionário faltou e as atividades transcorreram normalmente. Não vi professores nossos na paralisação, apenas professores ligados ao sindicato. Na Unifil, rotina normal", declarou o reitor da Unifil, Eleazar Ferreira.
O presidente do Sinpro, André Cunha, estava na manifestação em frente à UniFil e relatou que a adesão dos professores em Londrina foi de 50%. Ele destacou que as reformas trabalhista e previdenciária precarizam as condições de trabalho e, consequentemente, a educação. Ele enumerou que entre os professores das instituições que estão participando do movimento estão profissionais da Unopar, UniFil, PUC, Colégio Maxi e Ética. Ele informou que está prevista uma manifestação na avenida Leste Oeste ainda hoje.
O professor Eduardo Nagao, tesoureiro do Sinpro, foi uma das pessoas que panfletou em frente à PUC na manhã de hoje. Ele diz que muitos professores se sentiram ameaçados a participar da greve por medo de represálias. "No serviço privado é mais difícil. Os professores se sentem ameaçados, ficam com medo de perder o emprego. No serviço público é mais fácil ( de participar do movimento grevista)", comentou.
A chefe do Núcleo Regional de Educação de Londrina, Lucia Cortez, afirma que as escolas que possuem mais pessoas dependentes de transporte coletivo foram as mais afetadas pela greve, mas ainda não possui um levantamento de quantas escolas estão fechadas. Ela reporta que muitas escolas abriram, mas estão com poucos alunos.
Segundo dados do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina, o levantamento parcial feito até agora é de que das 121 unidades municipais de educação, duas creches e nove escolas não paralisaram as atividades.
Com informações do repórter Rafael Machado do Grupo Folha