Duas ameaças anônimas feitas via telefone, por volta das 11 horas de ontem, motivaram a suspensão das aulas no Centro de Atendimento Integral à Criança (Caic) José Joffily, no Jardim Santiago (zona oeste), em Londrina. Mais de mil alunos - do 1º ano à 8 série do ensino básico - ficaram sem atividades por conta dos telefonemas, feitos por uma mulher, que apontavam que um grupo de cinco pessoas armadas iria invadir a unidade educacional. Hoje, a direção garantiu que a escola voltará a funcionar normalmente, mas a Polícia Militar irá manter uma viatura no local.
O diretor geral do Caic, Wilson Romano de Paula, contou que as ligações foram feitas para o telefone público da escola e para o aparelho da secretária da escola. Ele convocou uma reunião da Associação de Pais e Mestres (APM) onde foi deliberado que os alunos da período da manhã que estavam tendo aulas fossem liberados e os demais, que iriam ter aulas à tarde e à noite, foram dispensados. As atividades foram mantidas apenas na creche contígua ao Caic, que atende 80 crianças de três a cinco anos, em período integral. ''É difícil avaliar uma situação dessas. Poderia não ser nada ou (se mantivesse as aulas) poderia acontecer uma tragédia'', comentou o diretor.
De acordo com Wilson de Paula, a escola já havia sido arrombada durante o último final de semana. Uma televisão e um vídeo-cassete foram furtados. Percorrendo os arredores da unidade, a Folha encontrou três marcas de tiro nas janelas do Laboratório de Ciências, que estão reforçadas com chapas metálicas. Os vidros de outras duas vidraças também estavam quebrados. A escola fica na zona mais violenta da cidade, que, apenas este ano, registrou 26 mortes violentas de acordo com informações do 3º Distrito Policial.