Dois estudantes foram detidos durante protesto contra o governador Beto Richa (PSDB) na solenidade de entrega do terreno para a construção do Hospital da Zona Oeste, na manhã desta sexta-feira (1º) em Londrina. O evento ocorreu no campus da Pontifícia Universidade Católica (PUC), na zona oeste da cidade.
De acordo com informações da reportagem da Folha de Londrina, que estava no local, um rapaz e uma moça foram levados para a delegacia em uma van da Polícia Militar (PM). O casal teria gritado palavras de ordem e chamado o governador de "covarde". As críticas eram referentes ao confronto entre PM e professores ocorrido em abril do ano passado, na Assembleia Legislativa do Paraná (AL). Na ocasião, deputados aprovaram alterações no fundo de previdência do funcionalismo público.
A voz de prisão foi dada por um homem sem farda. A reportagem tenta checar se tratava-se de um segurança particular do chefe do Estado ou policial à paisana. A assessoria de imprensa da PM confirmou a detenção dos dois estudantes, mas não soube dar mais informações sobre o motivo.
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Em nota, a PUCPR informou que os dois alunos são da instituição e lamentou o ocorrido. Revelou, também, que está abrindo um processo administrativo disciplinar para a apuração dos fatos. Ressaltou, ainda, que "valoriza os direitos democráticos da liberdade de expressão e manifestação, sempre exercidos nos limites da ordem e da legalidade".
A assessoria de imprensa do governo estadual disse, também por meio de nota oficial, que os dois estudantes cometeram excessos e foram detidos por intervenção da Polícia Militar e da segurança que acompanha o governador em seus eventos oficiais. "Mesmo após o pedido para que cessassem com as hostilidades, os estudantes continuaram bastante alterados. Diante disso, a equipe da Polícia Militar encaminhou os jovens à delegacia, onde foi lavrado termo circunstanciado, conforme previsto no artigo 40 da Lei de Contravenções Penais, e logo depois eles foram liberados", diz o texto.
Professores e funcionários da APP Sindicato, que protestavam contra o congelamento dos salários do lado de fora do prédio, lamentaram a detenção. "Entendemos que é garantido pela constituição o livre direito de manifestação. Não havia elementos para a voz de prisão, mas sabemos que esta é a forma de agir deste governo truculento, nada democrático, que não aceita críticas", opinou o presidente Márcio André Ribeiro.
Cerca de 30 associados da entidade usaram faixas para cobrar investimentos na educação pública e reajuste salarial. Segundo eles, o Governo não vem cumprindo o acordo feito para encerramento da greve dos professores no ano passado. "As promoções também não estão sendo pagas", acrescentou Ribeiro. Por causa do impasse, a APP decretou estado de greve em assembleia realizada no último sábado (25) em Curitiba.
(Colaborou Simoni Saris, da Folha de Londrina).