Fiscais da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) apreenderam neste sábado em Londrina duas vans da Associação Paranaense de Autodesenvolvimento Econômico, Social e Cultural (Apadesc), sob a acusação de transporte ilegal de passageiros. O advogado da entidade, Álvaro Bressan, chamou as ações da companhia de ''terrorismo'' e disse que vai recorrer à Justiça para ''solucionar definitivamente'' o problema.
As apreensões aconteceram perto do meio-dia, na Avenida Winston Churchill, que liga a zona norte ao centro. A van com placas BYE-8365, de Assis, conduzida por Gilberto Almeida de Siqueira, 30 anos, transportava três pessoas. ''Eles fazem parte da Apadesc. Estava apenas transportando associados'', afirmou Siqueira.
O motorista do outro veículo (placas CPL-1784, de Cambé), Silvio Aires de Melo Filho, 32, argumentou que também levava quatro ''associados'' e destacou que não houve explicação sobre o destino da van. ''Eles simplesmente disseram que eu estava irregular e deixaram meu veículo no pátio. Não informaram nada sobre o que eu deveria fazer para retirá-lo'', criticou.
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O presidente da CMTU, Wilson Sella, disse que ficou sabendo da apreensão por telefone, mas adiantou que serão iniciados os procedimentos administrativos, judiciais e até criminais. ''Se houve irregularidade, eles pagarão multa de até R$ 1,6 mil, além de responder inquérito policial'', informou Sella.
Para o advogado da Apadesc, a intenção dos fiscais é ''intimidar'' a população, impedindo os moradores de se filiarem ao que ele chamou de transporte alternativo econômico. ''Vamos levar o caso ao Poder Judiciário e solucionar o problema. Queremos saber porque não ocorreram apreensões durante a semana, já que eles dizem que estávamos irregulares'', alfinetou Bressan.
A circulação de ''perueiros'' em Londrina é objeto de polêmica entre a associação e a prefeitura desde o mês passado. A Apadesc afirma que será efetuado um cadastramento e controle de todos os usuários, que pagarão por um transporte que eles afirmam ser mais rápido e barato (custará R$ 1,00). A administração pública argumenta que a circulação de lotações irregulares prejudicaria o trânsito da cidade e beneficiaria interesses particulares.
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