O técnico em segurança de medicina do trabalho José Paulo Biazetto, de 52 anos, corria o risco de morrer por problemas cardíacos dentro de seis meses. Agora, ele tem dois corações batendo em seu peito e 75% de chances de sobreviver nos próximos cinco anos. Biazetto submeteu-se a um tipo de transplante raro no Brasil e inédito em Londrina, em que ao invés de substituir o coração original por outro, o paciente recebe um coração de apoio e passa a viver com os dois trabalhando simultaneamente.
A cirurgia foi feita na Santa Casa de Londrina no último dia 16, pela equipe do cirurgião cardíaco Roberto Takeda. Anteontem Biazetto saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e passa bem. A técnica que lhe devolveu as chances de vida é chamada de transplante heterotópico e foi utilizada pela quinta vez no País.
Roberto Takeda explicou que este tipo de transplante já é bastante utilizado nos Estados Unidos, mas apenas em casos específicos. No caso de José Biazetto, foi a única saída para a falta de um doador com peso compatível com o do paciente. O técnico em segurança tem 1,92 metro e, depois de emagrecer quase 20 quilos, ainda continua com 104 quilos. O doador, um homem de 38 anos que morreu em um acidente, pesava menos de 80 quilos.
Biazetto apresentava miocardiopatia dilatada e já havia se submetido a procedimentos cirúrgicos anteriores, para colocação de três pontes de safena e uma mamária. Como os resultados não foram satisfatórios, entrou para a fila de transplantes, há três anos. Nos últimos tempos, dormia sentado devido às dificuldades de respirar.
Segundo o cardiologista, o coração enxertado passará a funcionar como suporte do coração falido, aspirando e injetando o sangue. "Somando-se as duas forças, o sistema conseguirá uma pressão normal", afirmou Takeda. O médico explicou ainda que os dois corações foram unidos por anastomose (suturas que ligam os vasos dos dois órgãos) em quatro pontos distintos, dividindo a sobrecarga de bombeamento dos sangue nos ventrículos esquerdo e direito.
Apesar de estarem interligados, os dois corações são independentes e não estão sincronizados. Se Biazetto tiver seu batimento cardíaco medido, é a frequência do coração original que vai prevalecer. A cirurgia, segundo Roberto Takeda, oferece os mesmos riscos de um transplante tradicional, como rejeição e possibilidade de infecção. A expectativa, porém, é que ao longo do tempo o coração original, auxiliado pelo órgão de suporte, melhore seu desempenho.
Para Biazetto, receber mais um coração foi como nascer de novo. "De agora em diante tudo vai mudar na minha vida. Eu estava parado há mais de três anos, sem poder caminhar, trabalhar. Já sinto que melhorei em quase 100%", contou ontem o paciente, que já caminha pelo quarto do hospital. Segundo sua mulher, Antonia Biazetto, o marido está tão confiante que o nível do diabete está baixando. "A vontade de viver é tanta que normaliza tudo", justificou o técnico em segurança.
Biazetto revelou que não sentiu receio em submeter-se a uma cirurgia ainda rara no País. "Fiquei ainda mais confiante quando soube que ia continuar com o meu coração. E depois eu só tinha seis meses de vida. Perdido por um perdido por dez", declarou, bem humorado.
A cirurgia foi feita na Santa Casa de Londrina no último dia 16, pela equipe do cirurgião cardíaco Roberto Takeda. Anteontem Biazetto saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e passa bem. A técnica que lhe devolveu as chances de vida é chamada de transplante heterotópico e foi utilizada pela quinta vez no País.
Roberto Takeda explicou que este tipo de transplante já é bastante utilizado nos Estados Unidos, mas apenas em casos específicos. No caso de José Biazetto, foi a única saída para a falta de um doador com peso compatível com o do paciente. O técnico em segurança tem 1,92 metro e, depois de emagrecer quase 20 quilos, ainda continua com 104 quilos. O doador, um homem de 38 anos que morreu em um acidente, pesava menos de 80 quilos.
Biazetto apresentava miocardiopatia dilatada e já havia se submetido a procedimentos cirúrgicos anteriores, para colocação de três pontes de safena e uma mamária. Como os resultados não foram satisfatórios, entrou para a fila de transplantes, há três anos. Nos últimos tempos, dormia sentado devido às dificuldades de respirar.
Segundo o cardiologista, o coração enxertado passará a funcionar como suporte do coração falido, aspirando e injetando o sangue. "Somando-se as duas forças, o sistema conseguirá uma pressão normal", afirmou Takeda. O médico explicou ainda que os dois corações foram unidos por anastomose (suturas que ligam os vasos dos dois órgãos) em quatro pontos distintos, dividindo a sobrecarga de bombeamento dos sangue nos ventrículos esquerdo e direito.
Apesar de estarem interligados, os dois corações são independentes e não estão sincronizados. Se Biazetto tiver seu batimento cardíaco medido, é a frequência do coração original que vai prevalecer. A cirurgia, segundo Roberto Takeda, oferece os mesmos riscos de um transplante tradicional, como rejeição e possibilidade de infecção. A expectativa, porém, é que ao longo do tempo o coração original, auxiliado pelo órgão de suporte, melhore seu desempenho.
Para Biazetto, receber mais um coração foi como nascer de novo. "De agora em diante tudo vai mudar na minha vida. Eu estava parado há mais de três anos, sem poder caminhar, trabalhar. Já sinto que melhorei em quase 100%", contou ontem o paciente, que já caminha pelo quarto do hospital. Segundo sua mulher, Antonia Biazetto, o marido está tão confiante que o nível do diabete está baixando. "A vontade de viver é tanta que normaliza tudo", justificou o técnico em segurança.
Biazetto revelou que não sentiu receio em submeter-se a uma cirurgia ainda rara no País. "Fiquei ainda mais confiante quando soube que ia continuar com o meu coração. E depois eu só tinha seis meses de vida. Perdido por um perdido por dez", declarou, bem humorado.