Neste sábado (2), a partir das 12 horas, Londrina terá a 5ª edição da Marcha das Vadias em Londrina. O evento vai reunir coletivos e pessoas feministas em uma manifestação contra o machismo e a violência contra a mulher. A partir das 11 horas, algumas manifestantes estarão no Calçadão, em frente às Lojas Pernambucanas, para organizar as primeiras ações da Marcha e atender a imprensa. O tema da marcha deste ano será "Contra a cultura do estupro: ser mulher, sem temer".
A escolha do tema chama a atenção para o estupro coletivo de uma adolescente por 33 homens, no Rio de Janeiro, há pouco mais de um mês, reforçando a necessidade de medidas para combater a "cultura do estupro", uma prática que naturaliza a violência sexual contra crianças, adolescentes e adultas. As estatísticas coletadas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2014 indicam que a ameaça é real: foram 47.646 estupros no Brasil naquele ano, o que significa pelo menos 130 mulheres violentadas diariamente no País.
O Paraná é o terceiro Estado com maior número absoluto de estupros no mesmo ano, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Já em 2015, foram 4.119 ocorrências registradas nos municípios paranaenses, conforme informações da Polícia Civil, o que indica uma média de 11 estupros diários denunciados apenas em nosso estado. Medo de julgamento, vergonha e o tabu em torno do assunto impedem muitas pessoas de denunciarem esse tipo de crime, o que leva à subnotificação.
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Além disso, a Marcha deste ano destaca a falta de políticas específicas para o combate de assassinatos de mulheres negras. Conforme o estudo Mapa da Violência 2015, entre 2003 e 2013 o número de mulheres negras mortas cresceu 54%, no Brasil, enquanto o número de mulheres brancas assassinadas caiu 10%. Ainda conforme a pesquisa, no total, 55,3% dos crimes contra mulheres foram cometidos no ambiente doméstico, e em 33,2% dos casos os homicidas eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
A Marcha das Vadias encerrará o protesto na Concha Acústica, com show das bandas Honey Bee, Abacate Contemporâneo, DJ Luiza Braga, atividades culturais e leitura de depoimentos.