O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) indiciou o neurocirurgião, Pedro Garcia Lopes, que atua na cidade de Londrina por concussão. O médico teria cobrado indevidamente R$ 27 mil para realizar uma cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A paciente, residente em Sertanópolis, teria procurado o médico em seu consultório particular para realizar alguns exames quando foi constatada a necessidade de uma cirurgia para a retirada de um tumor do cérebro. Devido ao alto custo do procedimento, a família teria optado por realizar a cirurgia pelo SUS.
Segundo o delegado do Gaeco, Alan Flore, o neurocirurgião teria afirmado à paciente que, mesmo pelo SUS, deveria pagar o valor de R$ 27 mil referente aos honorários da equipe médica. "A princípio o médico informou que o procedimento custaria R$ 40 mil caso fosse particular e R$ 27 mil pelos honorários se fosse feito pelo SUS", explicou o delegado.
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Ao Gaeco, o médico disse que o valor foi cobrado para cobrir as despesas de locação de instrumentos, mas segundo o delegado, a Santa Casa de Londrina, local onde foi realizado o procedimento, informou que todo o equipamento necessário para a cirurgia é disponibilizado pelo hospital. "Levamos em conta a fala do médico no sentido de convencimento da vítima. Ele dizia que não havia muito tempo e risco de morte caso a cirurgia não fosse feita logo. Isso impossibilitou que a vítima procurasse um outro cirurgião", comentou Alan Flore.
O advogado de defesa, Walter Bittar, argumentou que a paciente nunca procurou o médico pelo SUS. "Sempre foram atendimentos particulares. A família já era paciente particular e trouxe mais uma (pessoa) para ser consultada", afirmou. Segundo ele, os valores cobrados referem-se ao custo dos aparelhos usados durante o procedimento cirúrgico. "A família fez a opção do aluguel do equipamento e internamento pelo SUS, com uso de aparelho de propriedade do médico, de alta tecnologia, menos invasivo e mais rápido", explicou.
Bittar enfatizou que a denúncia é infundada e que só foi feita ao Gaeco, após tentativa de cobrança dos valores acertados. "Os primeiros R$ 9 mil foram pagos, os cheques depositados e compensados. Quando houve o depósito do restante, os cheques voltaram. No dia 6 de Junho, houve notificação dos cheques devolvidos, um por falta de fundo e os outros pela diferença da assinatura. O Dr. Pedro, por meio de advogado, tentou amigavelmente negociar com a família. No dia 7 de Julho, família procura o Ministério Público. Tem que ser percebido que a cronologia dos fatos não demonstra má fé do médico", explicou.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, para oferecimento de denúncia. Outro inquérito deve ser iniciado pelo Gaeco para apurar se outros pacientes também foram lesados.
O caso aconteceu em dezembro de 2010. Caso fique comprovada a irregularidade, o cirurgião pode pegar de 2 a 8 anos de reclusão.