Londrina

Mulher joga banana e chama senegalês de 'macaco' no centro de Londrina

09 set 2015 às 12:37

O senegalês Ngale Ndiaye, que trabalha vendendo bijuterias em frente ao shopping Royal Plaza, na rua Maranhão (centro de Londrina), foi alvo de ofensas racistas durante a manhã desta quarta-feira (9). O ambulante contou ao Bonde que uma mulher, moradora de um prédio localizado em frente ao ponto dele, o atingiu com uma banana e o chamou de 'macaco', 'preto' e 'ladrão'. "Eu só dizia que não estava entendendo", afirmou Ndiaye, ainda pouco familiarizado com a língua portuguesa.

Conforme boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM), a mulher também teria desferido um tapa contra o senegalês e chutado a mercadoria dele. Ela só teria parado após ser contida por comerciantes e populares que presenciaram a situação. "Entrei na frente dela e pedi para que parasse com aquilo", destacou o artesão Ildemir Antunes Lima, que trabalha no calçadão.


Guilherme Batista/Bonde


No local da ocorrência, os policiais receberam a informação de que a mulher suspeita de racismo tem esquizofrenia e praticou as ofensas durante um surto. Acionado, o Samu constatou o problema de saúde e encaminhou a suspeita, na companhia de sua enfermeira particular, para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps).


Emocionado, o senegalês afirmou que nunca havia sido alvo de xingamentos racistas até aquele momento. Em Londrina há um ano, Ndiaye mora com outros três senegaleses em um pensionato na rua Belém, na área central. O ambulante disse que veio para o Brasil com a intenção de trabalhar. "Ganho dinheiro e mando para meus pais, minha mulher e meu filhos, que continuam no Senegal. Só estou aqui para trabalhar, só para isso", frisou.


Incomodados com a atitude da mulher, algumas pessoas que passaram pelo local logo após o registro da ocorrência pediram desculpas ao senegalês. "Peço perdão em nome dela e do nosso país", disse uma mulher. "A gente não é assim", afirmou outro homem.


O caso de racismo será investigado pela Polícia Civil, e a família da mulher, considerada incapaz, poderá responder pelos atos dela.


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