A mudança no horário de visita da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL), que será implantado a partir de 19 de setembro, é alvo de críticas de familiares de detentos antes mesmo de entrar em funcionamento.
A divisão dos visitantes em turnos é determinação de uma portaria do Departamento Penitenciário do Estado (Depen) e está sendo feita em todas as unidades prisionais do Paraná. A queixa dos parentes é que o tempo de permanência com os internos será reduzido para apenas três horas.
O intuito da portaria é padronizar o procedimento de visita nas 18 unidades do Paraná. O novo horário prevê duas turmas aos domingos: 8 horas ao meio-dia e 13 horas às 17 horas. Aos sábados, somente um grupo pode entrar na penitenciária, das 10 horas às 14 horas.
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Com o tempo de revista, a permanência dos familiares com os detentos fica reduzida a praticamente três horas. O tempo é considerado insuficiente por parentes de presos.
A desempregada Ana Silva (nome fictício), 24 anos, reclama que o período de permanência da filha de dois anos com o pai será prejudicado. ''As crianças só podem visitar uma vez por mês. Hoje, a gente passa o dia todo até porque demora para ela ver o pai de novo. Agora vai ser muito rápido'', queixou-se.
Ela ressaltou ainda que com os 45 minutos reservados para a visita íntima, sobra pouco tempo para conversar com o marido, preso há um ano por tráfico de drogas.
Para a marqueteira Maria Santos (também nome fictício), 30 anos, a restrição no tempo de visita pode prejudicar a ressocialização dos detentos. ''O regime é para devolver o preso à sociedade após se redimir dos crimes. Mas o próprio sistema dificulta ao diminuir o tempo de contato com os familiares'', opinou.
Segundo o coordenador do sistema penitenciário do Depen, Coronel Justino Sampaio, a PEL é uma das últimas unidades do Estado a adotar as modificações da portaria.
''A mudança foi implantada primeiro em unidades de Curitiba e as adaptações necessárias foram feitas. A finalidade é manter o vínculo do preso com a família e com o mundo exterior. É importante que a família participe do processo de ressocialização'', salientou.
O chefe de segurança da PEL, Luciano Pereira dos Santos, revelou que o sistema computadorizado de controle de credenciais está sendo adaptado ao novo horário. O presídio, cuja capacidade é para 504 detentos, abriga atualmente 582.
Em dia de visita, o pátio chega a abrigar entre 600 e 700 pessoas. ''Com a diminuição do número de presos e de visitantes, a visita terá mais qualidade e também vai facilitar a segurança'', destacou Santos.