O estudo sobre a planilha do transporte coletivo encomendado à Universidade Estadual de Londrina (UEL) pela Prefeitura pode chancelar o indicativo de reajuste já apontado pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) ou sugerir o adiamento do reajuste para que aspectos do levantamento sejam aprofundados. A informação é do coordenador da análise pela instituição, o diretor do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa), Anísio Ribas Bueno Filho.
De acordo com ele, porém, o trabalho dos especialistas da UEL até ontem era balizado pela planilha vigente, ou seja: aquela estabelecida pela CMTU em janeiro de 2006. Na coletiva da última quarta-feira, quando anunciou a parceria com a UEL, o prefeito Barbosa Neto (PDT) afirmara que os professores do Cesa analisariam tecnicamente a planilha da companhia municipal, em referência ao trabalho desenvolvido pela atual equipe de governo.
Ontem, o diretor do Cesa garantiu: o levantamento da UEL, desenvolvido pelo departamento de Ciências Contábeis, é sobre a metologia de cálculo dos itens que compõem a planilha vigente.
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‘Vamos analisar se esses itens estão de acordo, se estão defasados, se a alimentação deles reflete a realidade do custo da passagem, quais os componenetes de cada item... São vários componentes da planilha’, disse Bueno Filho, para completar: ‘Mas nosso trabalho não é político: é fazer uma avaliação se a metodologia adotada pela CMTU para confecção da planilha é adequada e fazer sugestões, mesmo porque, em quatro dias úteis, seria impossível uma auditoria. Isso caberia ao prefeito ou à CMTU’.
O diretor do Cesa fez questão de salientar que, ainda que a análise da UEL ‘não vá entrar no mérito de valores da tarifa, pois vai tratar de dados essencialmente técnicos’, a decisão sobre reajuste será mesmo é política. ‘Essa é uma variável que depende do prefeito, pois ele é quem vai analisar se vai ter de manter qualidade do sistema, se há necessidade de expansão de novas linhas, se vai estender mais passagens gratuitas a idosos, pois isso tudo poderia indicar aumento de passagem. Mas não adianta ofertar um serviço de altíssima qualidade se a população não tem como bancar aquele custo. Essa decisão é política.’
O professor ainda poderou que a universidade vai analisar de que forma o avanço ou não de veículos alternativos – como mototáxis, vans e kombis escolares – podem impactar no preço da passagem. ‘Mas esses são dados que ainda não temos da CMTU, pois estamos com a planilha de 2006. Já pedimos a proposta nova. Só que qualquer resposta nossa será no sentido de dizer que eventual proposta da CMTU pode ser exequível ou não.’
O presidente da CMTU, Lindomar Mota dos Santos, afirmou que a planilha nova será entregue na próxima segunda-feira aos professores da UEL. Se dará tempo de uma análise criteriosa, uma vez que o prazo final dado pela Prefeitura é a próxima quarta-feira? ‘Sim, pois eles já estão coletando outras informações na própria companhia e devem trabalhar também amanhã (hoje), vão correr contra o tempo. Na segunda, recebem o restante da documentação já constando nela o novo valor da tarifa proposta pela CMTU’, avisou.
Questionado sobre o valor, Santos resumiu: ‘O número só na hora certa e no momento certo. Temos um valor que estamos avaliando, mas vamos passar isso de forma bastante explícita e todos os questionamentos a respeito planilha serão explicados tecnicamente com tranquilidade.’ Ele só deu uma pista: a nova tarifa a ser proposta será única, sem escalonamento.