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Zona norte

Sem manutenção, jazigos com quase 90 anos se 'desmancham' no Cemitério do Heimtal

Paulo Monteiro/Nosso Dia
10 jul 2017 às 08:54

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- Gina Mardones/Grupo Folha
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Aberto em meados de 1931, o cemitério do Heimtal foi responsável pelos feitos os primeiros sepultamentos de Londrina, antes mesmo da fundação municipal, que ocorreu em 10 de dezembro de 1934. Localizada na zona norte, a velha necrópole abriga os restos mortais de pioneiros alemães e húngaros e de outras etnias. Há lápides no local que apresentam datas (de nascimento) do século 19. O espaço ainda guarda histórias que até hoje comovem a comunidade, como a dos bebês gêmeos que teriam sido envenenados em 1940.

Histórias que estão morrendo. Em ruínas, muitos túmulos nunca passaram por manutenção. Parte das lápides caiu sobre as sepulturas. Há cruzes e jazigos cobertos pela vegetação. A dona de casa Maria Helena Bernardes mora em frente ao cemitério e é considerada a guardiã do local. Segundo ela, o espaço não é visitado diariamente. "Nem em datas especiais. Não há uma grande movimentação de visitantes nem mesmo no Dia de Finados (2 de novembro)", relata. "A maioria foi sepultada há muito tempo neste cemitério, há mais de 80 anos, e não possui familiares na região de Londrina", conta.

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Maria Helena acredita que alguns túmulos até "desapareceram". "Olha, a grama tomou parte do cemitério e acabou escondendo os túmulos. Às vezes, a pessoa caminha por aqui e não sabe que está sobre um túmulo", diz. Ela acrescenta que o cemitério sofre invasões constantes de vândalos, responsáveis também pela destruição. "Quando vejo alguém aprontando aqui, grito lá de casa para sair. Se precisar, aciono até a polícia. Me esforço para evitar que um espaço tão bonito seja ainda mais destruído", afirma a moradora. Formado por alemães, o patrimônio Heimtal foi o primeiro núcleo rural de Londrina.

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Acesf


Superintendente da Acesf (Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina), Douglas Pereira informa que o município não tem permissão para intervir nos túmulos históricos. "Existe a lei [municipal] 2837/1977, que impede nossa administração de realizar qualquer intervenção nesses jazigos", explica.

Junto à Procuradoria Geral do Município, o superintendente conta que desenvolve um estudo para atualizar a lei e ter acesso aos jazigos. "O objetivo é que ele seja encaminhado e protocolado na Câmara de Vereadores até o próximo mês. A Acesf pretende obter a concessão do uso dessas unidades."


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